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Um país politicamente fragmentado e com grupos criminosos em guerra que levaram a uma das maiores taxas de homicídios de toda a América Latina. Enquanto isso, a economia se arrasta com crescimento baixo e com uma crise energética que tem prejudicado os negócios. Esse é o Equador, que tem eleições presidenciais marcadas para este domingo (9).
Cerca de 13,7 milhões de eleitores vão às unas para escolher não só o presidente, mas também 151 representantes para a Assembleia Nacional e 5 para o Parlamento Andino.
Embora existam 16 chapas majoritárias concorrendo, a disputa está afunilada e repete o confronto da eleição antecipada de 2023, quando Daniel Noboa venceu Luisa González no segundo turno.
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Pelas pesquisas, o resultado deve se repetir: Noboa tem algo entre 41% e 45% das preferências – ficando perto dos 50% votos válidos necessários para se manter no poder, enquanto González está entre 27% e 31%.
Assim como no Brasil, a presença dos eleitores é obrigatória, mas a eleição não tem urnas eletrônicas. As pessoas vão receber quatro cédulas de cores diferentes, nas quais poderão marcar o candidato de sua preferência na disputa presidencial e escolher os legisladores num sistema de listas. Qualquer rasura, anula o voto, e as cédulas em branco não são contabilizadas como votos válidos.
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O empresário Noboa, que venceu as eleições extraordinárias para substituir Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso e convocou eleições antecipadas para evitar que o Legislativo o destituísse após um julgamento de impeachment por corrupção.
Nesses quase dois anos no poder, ele imprimiu uma linha de forte combate ao crime organizado, usando com frequência decretos que ampliaram o poder das forças de segurança. Na semana passada, ele dobrou a aposta, mandando fechar as fronteiras do país – para evitar uma alegada ameaça de interferência criminosa externa – e enviou uma proposta para mudar a Constituição, facilitando prisões preventivas.
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Na economia, seguiu uma linha liberal, com contenção de gastos, mas também tomou medidas para aumentar a arrecadação de impostos.
Sua principal adversária vem do campo da esquerda, pois a advogada Luisa González vem das fileiras da Revolución Ciudadana, embora tenha se distanciado do ex-presidente Rafael Correa, que hoje vive no exílio na Bélgica, após ser condenado por corrupção.
A candidata tem percorrido o país há um ano e meio, numa tentativa de se tornar conhecida do grande público, uma vez que sua participação na Assembleia Nacional se resumiu a um curto mandato, sem grande participação.