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Uma rara enxurrada de chuva criou lagoas azuis de água entre as palmeiras e dunas de areia do deserto do Saara, alagando algumas de suas regiões mais secas com mais água do que haviam visto em décadas.
O deserto do sudeste do Marrocos está entre os lugares mais áridos do mundo e raramente recebe chuva no final do verão na região.
O governo marroquino disse que dois dias de chuva em setembro excederam as médias anuais em várias áreas que recebem menos de 25 centímetros de chuva por ano, incluindo Tata, uma das áreas mais atingidas. Em Tagounite, uma vila a cerca de 450 quilômetros ao sul da capital, Rabat, foram registrados mais de 10 centímetros em um período de 24 horas.
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As tempestades deixaram imagens impressionantes de água jorrando pelas areias do Saara entre castelos e flora do deserto. Satélites da Nasa mostraram água correndo para encher o Lago Iriqui, que estava seco há 50 anos.
De acordo com a agência espacial americana, tal ocorrência é tão rara na região que um lago na Argélia, o Sebkha el Melah, só foi preenchido seis vezes entre 2000 e 2021.
“Faz de 30 a 50 anos que não temos tanta chuva em tão pouco tempo”, disse Houssine Youabeb, da Direção Geral de Meteorologia do Marrocos.
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Essas chuvas, que os meteorologistas estão chamando de tempestade extratropical, podem mudar o curso do clima da região nos próximos meses e anos, à medida que o ar retém mais umidade, causando mais evaporação e atraindo mais tempestades, disse Youabeb.
A água jorrando pelas areias e oásis deixou mais de 20 mortos no Marrocos e na Argélia e danificou as colheitas dos agricultores, forçando o governo a alocar fundos de ajuda emergencial, incluindo em algumas áreas afetadas pelo terremoto do ano passado.
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