Economia de Gaza encolheu para menos de um sexto de seu tamanho, diz relatório da ONU

Segundo a Unctad, além da deterioração econômica e da destruição em Gaza, mais de 300 mil empregos foram perdidos na Cisjordânia desde o início da guerra

Reuters

Homem tenta produzir combustível alternativo em meio a ruínas na Faixa de Gaza - 05/09/2024 (Foto: Mahmoud Issa/Reuters)
Homem tenta produzir combustível alternativo em meio a ruínas na Faixa de Gaza - 05/09/2024 (Foto: Mahmoud Issa/Reuters)

Publicidade

Genebra (Reuters) – A economia de Gaza encolheu para menos de um sexto de seu tamanho desde que a guerra entre Israel e o Hamas começou, há quase um ano, enquanto o desemprego na Cisjordânia ocupada quase triplicou, segundo um relatório da ONU divulgado nesta quinta-feira (12), ressaltando os desafios da reconstrução.

O relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) descreveu a economia de Gaza como “em ruínas”, mais de 11 meses depois de Israel lançar uma campanha militar que reduziu grande parte da Faixa a escombros, em resposta aos ataques mortais de militantes do Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro.

O órgão de comércio da ONU disse que a Autoridade Palestina (AP), que exerce um autogoverno limitado sob a ocupação israelense na Cisjordânia, está sob “imensa pressão”, o que está comprometendo sua capacidade de funcionamento.

LISTA GRATUITA

Ações Fora do Radar

Garanta seu acesso gratuito a lista mensal de ações que entregou retornos 5x superior ao Ibovespa

Além da desaceleração econômica causada pelo conflito, a queda da ajuda internacional e deduções e retenções de receita por Israel — que a Unctad estimou em mais de US$ 1,4 bilhão desde 2019 — estão aumentando a tensão, disse.

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que ordenou a retenção dos fundos, acusa a AP de apoiar o ataque de 7 de outubro contra Israel. A AP nega ter promovido a violência. Israel também deduz rotineiramente os chamados “pagamentos de mártires” pagos pela AP às famílias de militantes e civis mortos pelas forças israelenses.

A Unctad pediu uma “intervenção imediata e substancial da comunidade internacional para interromper a queda livre da economia, lidar com a crise humanitária e estabelecer as bases para uma paz e um desenvolvimento duradouros”. O documento também afirma que há a necessidade de um plano de recuperação abrangente.

Continua depois da publicidade

O documento descreveu “um declínio econômico rápido e alarmante” na Cisjordânia ocupada, que passa por um surto de violência desde a guerra em Gaza.

Perda de empregos

Um total de mais de 300 mil empregos foram perdidos na Cisjordânia desde o início da guerra, segundo a Unctad, elevando a taxa de desemprego de 12,9% para 32%.

Israel afirma que suas ações na Cisjordânia foram necessárias para combater grupos militantes apoiados pelo Irã e evitar danos aos civis israelenses.

Continua depois da publicidade

A guerra foi desencadeada quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e tomando cerca de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses. O ataque subsequente de Israel a Gaza matou mais de 41.000 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave.