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À medida que conselheiros e aliados do presidente republicano eleito Donald Trump procuram pessoas para os cargos do seu próximo mandato, uma qualidade torna-se essencial: lealdade sem questionamentos.
Durante seu mandato de 2017 a 2021, Trump teve conflitos com nomeados-chave, especialmente nos setores de inteligência, de segurança nacional e da força policial, vários dos quais posteriormente relataram ter procrastinado ou tentado dissuadir Trump de seus planos mais controversos.
Sem ter pessoas ao seu redor com chances de questioná-lo, o presidente eleito pode achar mais fácil contornar normas estabelecidas em prol de sua agenda conservadora, afirmam tanto apoiadores quanto opositores de Trump.
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Na quinta-feira, Trump nomeou a chefe de sua campanha, Susie Wiles, como a chefe de gabinete da Casa Branca. No sábado, declarou que não convidaria de volta sua ex-embaixadora na ONU, Nikki Haley, nem seu ex-secretário de Estado, Mike Pompeo, ambos críticos de algumas das condutas e das políticas de Trump, mesmo que tenham tentado uma reconciliação nos últimos meses.
Poucos dias antes da eleição de 5 de novembro, um de seus ex-chefes de gabinete, John Kelly, o chamou de “fascista” em uma entrevista. Um de seus conselheiros de segurança nacional, John Bolton, descreveu repetidamente Trump como “alguém sem inteligência”. E seu segundo secretário de Defesa, Mark Esper, relatou em sua autobiografia de 2022 ter convencido Trump a não bombardear cartéis de drogas no México.
Trump, em resposta, criticou os ex-integrantes do alto escalão de seu governo, chegando a sugerir que seu segundo presidente do Estado-Maior, Mark Milley, deveria ter sido executado por traição. Desta vez, Trump afirmou que somente as pessoas que verdadeiramente acreditam nele acima de tudo — e no seu movimento “MAGA” (Make America Great Again) — seriam admitidos no governo.
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“O presidente Trump disse publicamente que aprendeu com seu primeiro mandato”, afirmou Mike Davis, um advogado conservador que conversa frequentemente com o presidente eleito, à Reuters.
Davis, que ajudou Trump a aprovar suas escolhas para a Suprema Corte no Senado como assessor de alto escalão no Capitólio, recebe frequentes elogios dos aliados mais conservadores de Trump.
“Os nomeados políticos precisam de competência e lealdade. Não basta ter apenas uma ou outra, é preciso ter as duas.”
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Na plataforma, X na semana passada, Davis foi direto: “Antes de me pedir ajuda, vou pedir que você me forneça evidências específicas e concretas de sua lealdade a Trump”, escreveu.
“Se você não pode fornecer muitas dessas evidências, pare de me pedir.”
Para manter fora do governo de Trump aqueles considerados desleais, sua equipe de transição realiza uma análise detalhada de todos os potenciais nomeados em busca de sinais de que possam se voltar contra o chefe, inclusive para nomeações de níveis mais baixos, como secretários assistentes e adjuntos, de acordo com duas pessoas envolvidas no processo.
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Pesquisadores contratados pela equipe de transição de Trump estão examinando declarações passadas dos potenciais nomeados para verificar se já falaram negativamente sobre Trump, de acordo com uma dessas pessoas envolvidas no processo. Eles também estão verificando se os possíveis nomeados fizeram doações para democratas — ou até mesmo para republicanos que criticaram o presidente eleito, acrescentou a fonte.
Um porta-voz de Trump não falou diretamente do modelo de escolha dos novos nomeados, mas disse que decisões sobre nomeações-chave são iminentes. Três nomeações — chefe de gabinete da Casa Branca, embaixador dos EUA nas Nações Unidas e responsável pela fronteira — já foram anunciadas.
Em comunicado, o Comitê Nacional Democrata expressou preocupação com pelo fato de Trump estar escolhendo funcionários por lealdade pessoal, o que, para dos democratas, colocaria os interesses de Trump acima dos da nação.