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Los Angeles (Reuters) – Usando um respirador, óculos, luvas e botas de proteção brancas, Shaun Kearney olhava para sua casa em Sunset Mesa, uma comunidade costeira próxima a Pacific Palisades. A propriedade sobreviveu aos incêndios que destruíram Los Angeles, mas a previsão do fim de semana é de um problema diferente: a chuva.
Kearney precisa fechar um buraco no telhado para impedir a entrada da água que, teme ele, estará contaminada com toxinas.
São os perigosos produtos químicos expelidos por casas e carros em chamas que o preocupam, enquanto ele analisa a recuperação e a reconstrução local, algo que ele acredita que tomará anos para se concluir.
A maior parte das casas vizinhas foi erguida antes de 1979, quando o amianto era usado livremente na construção civil. E essas casas foram reduzidas a cinzas.
“Mesmo que nossa casa ainda esteja de pé, obviamente não podemos viver aqui”, disse o executivo do setor da moda, que também é CEO da marca “Pleasing”, do cantor Harry Styles. “Vai piorar quando eles começarem a remover os escombros. Essa é a minha maior preocupação.”
Os incêndios, que começaram em 7 de janeiro e ainda não foram totalmente contidos, mataram 28 pessoas e danificaram ou destruíram quase 16 mil estruturas. A chuva vai limpar o ar e ajudará no combate aos incêndios, mas algumas autoridades estão preocupadas de que ela na verdade vai piorar as coisas.
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O fogo “varreu casas, veículos, eletrônicos, plásticos, produtos químicos, móveis e inúmeros materiais do cotidiano, criando uma mistura perigosa de toxinas”, afirmou a vereadora de Los Angeles Traci Parks, ao anunciar alguns esforços para conter o escoamento. “Quando chove, elas fluem para nossas calhas, bueiros… eventualmente para nossas praias.”
A previsão para sábado, domingo e segunda-feira é de chuva leve. Ainda assim, o Serviço Geológico dos EUA diz que chuvas curtas e intensas podem desencadear fluxos de detritos.