Defesa de opositor de Maduro pede garantias ao Ministério Público da Venezuela

Advogado de Edmundo González Urrutia entregou carta ao procurador-geral do país pedindo respeito à "presunção de inocência" de seu cliente; ele disse que falta fundamento nas acusações

Equipe InfoMoney

O ex-candidato da oposição, Edmundo González, segura registros eleitorais durante protesto em Caracas, na Venezuela 30/07/2024 (Foto: Gaby Oraa/Reuters)
O ex-candidato da oposição, Edmundo González, segura registros eleitorais durante protesto em Caracas, na Venezuela 30/07/2024 (Foto: Gaby Oraa/Reuters)

Publicidade

A defesa do ex-candidato da oposição à presidência da Venezuela Edmundo González Urrutia entregou na quarta-feira (4) ao Ministério Público um documento solicitando o respeito à “presunção de inocência” e às “garantias processuais” ao seu cliente. Segundo a petição, essas garantias não estavam presentes nas três intimações emitidas pela instituição, que investiga o opositor ao regime de Nicolás Maduro.

A agência EFE informou que José Vicente Haro, advogado de González Urrutia considerou que seu objetivo foi cumprido, pois sua a ideia era obter um “aviso efetivo de recebimento” e estabelecer “formalmente” perante o Ministério Público “os motivos” pelos quais o ex-candidato não compareceu após as intimações, para as quais um tribunal emitiu um mandado de prisão.

No documento, entregue por Haro e assinado por González Urrutia, afirma-se que o “não comparecimento” não se deve “de forma alguma ao desconhecimento da institucionalidade jurisdicional prevista na Constituição”, mas “à convicção da falta de fundamento de tais citações”.

LISTA GRATUITA

Ações Fora do Radar

Garanta seu acesso gratuito a lista mensal de ações que entregou retornos 5x superior ao Ibovespa

Na carta, o líder da oposição diz que sua aparição só iria contribuir para intensificar ainda mais a tensão social, além de consolidar um contexto de judicialização incriminatória da política que todos devem rejeitar..

Ele é acusado de “usurpação de funções” e “falsificação de documento público”, entre outros crimes, depois que sua coalizão divulgou dados de registros eleitorais coletados por testemunhas e membros das seções eleitorais para apoiar sua denúncia de fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho.

O resultado oficial deu a vitória a Maduro, mas as atas divulgadas pela oposição mostraram uma ampla vantagem de González Urrutia..

Continua depois da publicidade

Mas o ex-candidato disse que não era sua responsabilidade “a digitalização, salvaguarda e publicação das cópias das folhas de apuração” recebidas pelas testemunhas nas seções eleitorais.

Ele não considera que as funções do Conselho Nacional Eleitoral “tenham sido usurpadas”, uma vez que a entrega de atas às testemunhas é contemplada no sistema venezuelano como uma de suas garantias de confiabilidade.

O procurador-geral, Tarek William Saab, que recebeu a carta, se referiu a González Urrutia como o “procurado pela Justiça” e o “solicitado por lei”, informou que nesta quinta-feira divulgará “toda a verdade”, sem dar mais detalhes.