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Atlanta (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu antecessor Donald Trump se enfrentam nesta quinta-feira (27) em um debate muito aguardado, oferecendo aos eleitores uma rara visão dos dois candidatos mais velhos a buscarem o cargo mais alto do país.
O debate televisionado de 90 minutos, o primeiro entre um presidente em exercício e um ex-presidente, será transmitido às 22h00 (horário de Brasília) na CNN e deve atrair uma grande audiência. Um recorde de 84 milhões de pessoas assistiram ao primeiro debate de Trump em 2016 contra Hillary Clinton.
Os dois candidatos entram no debate em Atlanta com vulnerabilidades políticas que apresentam uma mistura de riscos e oportunidades.
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O debate acontece muito mais cedo do que o normal – mais de quatro meses antes do dia da eleição, 5 de novembro – e em um cenário de pesquisas de opinião nacionais que mostram os dois praticamente empatados.
O confronto também chega em um momento de profunda polarização e ansiedade entre os eleitores sobre o estado da política norte-americana.
Dois terços dos eleitores disseram em uma pesquisa Reuters/Ipsos de maio que estavam preocupados com a possibilidade de violência após a eleição, quase quatro anos depois que uma multidão de apoiadores de Trump invadiu o Capitólio dos EUA.
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Trump, de 78 anos, subirá ao palco como um condenado que ainda enfrenta três processos criminais, incluindo acusações relacionadas a seus esforços para anular a eleição de 2020.
O ex-presidente, que tem sugerido que punirá seus adversários políticos se for eleito, precisará demonstrar aos eleitores indecisos que ele não representa uma ameaça mortal à democracia, como afirma Biden.
“Declínio cognitivo?”
Biden, de 81 anos, está sob intensa pressão para evitar tropeços verbais e apresentar um desempenho vigoroso no debate, depois de meses de declarações de republicanos de que suas faculdades pioraram muito com a idade.
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Ambos têm pouco espaço para erros, com a campanha adversária provavelmente aproveitando qualquer deslize como evidência de declínio cognitivo.
Aaron Kall, professor da Universidade de Michigan e especialista em debates presidenciais, disse que este “pode ser o mais esperado e importante” debate de todos os tempos, dado o equilíbrio da disputa, a profunda polarização política do país e o potencial para uma gafe.
Para Biden em particular, disse ele, um momento de confusão ou esquecimento provocaria “ciclos intermináveis de notícias” sobre sua idade e reabasteceria as especulações sobre um possível substituto antes da Convenção Nacional Democrata em agosto.
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Embora as pesquisas nacionais mostrem uma disputa empatada, Biden está atrás de Trump nas pesquisas da maioria dos Estados decisivos e, recentemente, viu sua vantagem financeira ser apagada.
Biden e Trump não são populares, e muitos norte-americanos continuam profundamente indecisos em relação às suas escolhas.
Cerca de 20% dos eleitores dizem que não escolheram um candidato ainda, estão inclinados a um candidato de outro partido ou podem não votar, segundo a última pesquisa Reuters/Ipsos.
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A CNN tentará evitar conversas cruzadas, silenciando os microfones dos candidatos quando não for a vez deles de falar. O debate também será realizado sem público, e nenhum dos candidatos poderá trazer anotações ou adereços preparados, embora tenham caneta e papel.
