Custo de ter filhos derruba pela metade taxas de natalidade em países ricos, diz OCDE

Taxa de fertilidade caiu de 3,3 em 1960 para 1,5 filho por mulher em 2022, segundo a organização; percentual de mulheres sem filhos dobrou na Estônia, Itália, Japão, Lituânia, Polônia, Portugal e Espanha

Reuters

Mulher com seu filho recém-nascido em hospital nos EUA - 01/02/2022 (Foto: Emily Elconin/Reuters)
Mulher com seu filho recém-nascido em hospital nos EUA - 01/02/2022 (Foto: Emily Elconin/Reuters)

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(Reuters) – As taxas de natalidade caíram drasticamente em alguns dos países mais ricos do mundo e provavelmente continuarão baixas, já que as preocupações econômicas fazem com que as pessoas avaliem os custos de ter filhos, segundo um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

As pessoas de muitos dos países membros da OCDE estão agora optando por ter filhos mais tarde na vida ou nem sequer tê-los, disse a organização em um documento divulgado nesta quinta-feira (20). “Homens e mulheres jovens estão cada vez mais encontrando sentido na vida fora da paternidade e maternidade”, diz o estudo.

A taxa de fertilidade total caiu de 3,3 em 1960 para 1,5 filho por mulher em 2022, em média, nos países da OCDE, segundo o relatório, usando uma unidade que mede o número médio de filhos nascidos por mulher ao longo da vida.

“Embora os países da OCDE estejam usando uma série de opções de políticas para apoiar as famílias, o custo econômico e a incerteza financeira de longo prazo de ter filhos continuam a influenciar significativamente a decisão das pessoas de se tornarem pais”, disse Stefano Scarpetta, chefe da Diretoria de Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OCDE, em uma teleconferência.

Taxas de fertilidade total particularmente baixas foram medidas na Coreia, com 0,7, e na Itália e na Espanha, cada uma com 1,2 filho por mulher. As mais altas foram registradas em Israel, com 2,9, seguidas pelo México e pela França, cada um com 1,8.

A idade média das mulheres que dão à luz aumentou de 28,6 em 2000 para 30,9 em 2022 no grupo das principais economias industrializadas.

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Ao comparar as mulheres nascidas em 1935 e em 1975, o percentual de mulheres sem filhos dobrou na Estônia, Itália, Japão, Lituânia, Polônia, Portugal e Espanha, de acordo com os dados da OCDE.

“Definitivamente, a falta de filhos está aumentando em quase todos os lugares”, disse Tomas Sobotka, pesquisador do Instituto de Demografia de Viena.

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A pressão de serem bons pais, o que implica dedicar tempo à criação dos filhos, também estava levando os jovens a adiar ou evitar a formação de famílias, disse a organização sediada em Paris.

“As evidências qualitativas da Europa revelam que um motivo importante pelo qual algumas mulheres na faixa dos 30 anos optam por adiar a maternidade é o fato de não acreditarem que possam viver de acordo com o ideal da maternidade”, acrescentou.