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(Reuters) – As principais autoridades de finanças dos países do G7 iniciaram nesta sexta-feira (24) uma cúpula de dois dias na Itália, onde buscarão apresentar uma frente comum sobre a necessidade de conceder um empréstimo à Ucrânia e se opor às políticas industriais “injustas” da China.
No entanto, os comentários das autoridades antes da reunião em Stresa, no norte da Itália, sugerem que não surgirão detalhes concretos sobre a pressão dos Estados Unidos por um empréstimo para a Ucrânia financiado pela renda futura de cerca de US$ 300 bilhões em ativos russos congelados.
“Estaremos apresentando uma proposta para usar os lucros inesperados dos ativos russos nos próximos anos”, disse o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, aos repórteres antes da sessão de abertura, que será uma ampla análise da economia global.
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“Portanto, vamos comparar as propostas. Vamos ver qual é a proposta mais conveniente, mais eficiente e mais rápida que pode ser colocada em prática”, disse Le Maire.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que um empréstimo pode chegar a cerca de US$ 50 bilhões, mas que nenhum valor foi acordado. Outras autoridades do G7 envolvidas nas discussões expressaram cautela, citando aspectos legais e técnicos complexos a serem definidos.
As autoridades serão acompanhadas no sábado pelo ministro das Finanças da Ucrânia, Serhiy Marchenko, cujo país devastado pela guerra está enfrentando uma ofensiva russa no norte e no leste, mais de dois anos depois do início da invasão russa.
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O ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, disse que muitas questões permanecem em aberto sobre a proposta de empréstimo e que ele não espera que o G7 chegue a uma decisão concreta em Stresa.
Nesse caso, as autoridades continuarão negociando na expectativa de fazer progressos até o momento em que os chefes de governo do G7 se reunirem na região de Puglia, no sul da Itália, de 13 a 15 de junho.
O combate à crescente força exportadora da China será outro tema central da reunião, depois que os EUA anunciaram aumentos acentuados de tarifas sobre uma série de importações chinesas, incluindo baterias de veículos elétricos, chips de computador e produtos médicos.
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Os EUA não estão pedindo a seus parceiros que tomem medidas semelhantes, mas Yellen afirmou na quinta-feira que deseja que os parceiros do G7 — Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá — mostrem que estão ao lado de Washington.
Le Maire disse que é necessário evitar uma guerra comercial com Pequim, que é “nosso parceiro econômico”, mas que o G7 precisa proteger seus interesses industriais.
“Temos um problema com as práticas comerciais injustas, com o alto nível de subsídios e com o excesso de capacidade industrial (da China).”
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O ministro da Economia da Itália, Giancarlo Giorgetti, que preside a reunião de Stresa, uma vez que Roma ocupa a presidência do G7 neste ano, disse que pode ser apenas uma questão de tempo até que a União Europeia siga o exemplo dos EUA em relação às tarifas.
“Os Estados Unidos tomaram decisões muito duras e a Europa provavelmente terá que considerar se fará o mesmo”, disse ele à emissora estatal italiana RAI nesta sexta-feira.
O G7 também discutirá uma proposta de tributação global sobre a riqueza de bilionários, promovida pelo Brasil e pela França no G20.