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Havana (Reuters) – Centenas de pessoas na segunda maior cidade de Cuba, Santiago, participaram de um raro protesto público neste domingo (17), de acordo com relatos oficiais e nas mídias sociais, o que levou o presidente cubano Miguel Díaz-Canel a pedir diálogo em uma “atmosfera de tranquilidade e paz”.
Os manifestantes em Santiago saíram às ruas com gritos por “energia e comida”, de acordo com vídeos postados nas mídias sociais, reclamando especialmente de apagões, que em alguns lugares se estendem por 18 horas ou mais a cada dia, colocando em risco os alimentos congelados e aumentando as tensões na ilha.
Cuba entrou em uma aguda crise econômica desde a pandemia de covid-19, com uma grande escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos, o que provocou um êxodo recorde de mais de 400 mil pessoas, que migraram para os Estados Unidos.
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Díaz-Canel confirmou o protesto em Santiago na plataforma de mídia social X, logo após o término da manifestação.
“Várias pessoas expressaram sua insatisfação com a situação do serviço elétrico e da distribuição de alimentos”, disse Díaz-Canel.
“A disposição das autoridades do Partido, do Estado e do Governo é atender às reclamações do nosso povo, ouvir, dialogar, explicar os diversos esforços que estão sendo realizados para melhorar a situação, sempre em uma atmosfera de tranquilidade e paz.”
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Díaz-Canel também afirmou que “terroristas” dos Estados Unidos estavam tentando fomentar novas revoltas. “Esse contexto será aproveitado pelos inimigos da Revolução para fins de desestabilização”, disse Díaz-Canel na X.
A polícia chegou a Santiago para “controlar a situação” e “evitar a violência”, de acordo com um relato publicado na mídia social pela estatal CubaDebate.
Segundo o site de notícias independente 14yMedio, criado pela ativista Yoani Sánchez, ao contrário da reação oficial após os protestos de julho de 2021, as autoridades cubanas têm mantido um tom cauteloso em declarações sobre as manifestações deste domingo.