Cuba enfrenta apagões de energia de até 12 horas e lança plano emergencial

Governo fechou escolas e indústrias não essenciais e mandou funcionários públicos para casa mais cedo; empresas privadas terão suas tarifas aumentadas em breve

Reuters

Restaurante durante um apagão em Havana, Cuba - 17/10/2024 (Foto: Norlys Perez/Reuters)
Restaurante durante um apagão em Havana, Cuba - 17/10/2024 (Foto: Norlys Perez/Reuters)

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Havana (Reuters) – Cuba fechou escolas, indústrias não essenciais e mandou funcionários públicos para casa nesta sexta-feira (16), como parte de um plano emergencial de energia para controlar os apagões que agora ultrapassam 12 horas por dia para milhões de pessoas na ilha caribenha.

O país tem testemunhado sucessivos apagões dramaticamente prolongados, mesmo para uma ilha acostumada a seguidos períodos de escassez. Províncias inteiras ficaram sem energia por horas e muitas localidades fora de Havana estão funcionando com menos de seis horas de eletricidade por dia.

“Ontem, quinta-feira, 17 de outubro, o serviço (de eletricidade) foi afetado por um déficit de capacidade de geração durante as 24 horas do dia, e o serviço não pôde ser restaurado nas primeiras horas da manhã de hoje”, disse a estatal Unión Eléctrica em um relatório na manhã desta sexta-feira.

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O primeiro-ministro Manuel Marrero atribuiu a crise atual a uma tempestade perfeita bem conhecida pela maioria dos cubanos: a deterioração da infraestrutura de energia elétrica, além da escassez de combustível e do aumento da demanda.

“A situação que estamos enfrentando tem se agravado nos últimos dias. A falta de combustível é a (causa) que está tendo maior influência”, disse Marrero em uma mensagem veiculada pela televisão na noite de quinta-feira, que teria sido adiada por várias horas por motivos técnicos.

Ventos fortes e penetrações marítimas que começaram com a passagem do furacão Milton na semana passada paralisaram a capacidade da ilha de fornecer o escasso combustível que chega em navios no mar para suas usinas elétricas, disseram autoridades cubanas.

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As duas maiores usinas de energia da ilha, Antonio Guiteras e Felton, não estão produzindo o suficiente, segundo o governo, e em breve serão desligadas para manutenção, parte de um plano de quatro anos para revitalizar a frágil infraestrutura de Cuba.

As empresas privadas cubanas, que, segundo as autoridades, tendem a ser grandes consumidoras de eletricidade, em breve terão de pagar tarifas mais altas pela energia que consomem, disse Marrero.

Autoridades que também participaram do programa de televisão esperam que a geração de energia melhore nos próximos dias, à medida que o combustível for distribuído na ilha caribenha.

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A crise energética na ilha, que também sofre sanções de longa data dos EUA, tornou a vida cada vez mais complexa para os residentes, que já estavam sofrendo com a grave escassez de alimentos, combustível, água e medicamentos, levando a um êxodo sem precedentes no país nos últimos anos.

“Cuba está passando por uma situação muito difícil nos últimos dias”, admitiu Alfredo López, diretor do Sindicato Nacional de Eletricistas de Cuba, pela televisão.