Coreia do Norte retira meta constitucional de unificação e vê Sul como Estado hostil

Destruição de trechos de estradas e ferrovias na fronteira nesta semana é parte de nova estratégia de uma "separação completa em fases de seu território" do Sul

Reuters

Zona desmilitarizada que separa as duas Coreias - 19/7/2022 (Foto: Kim Hong-Ji/Reuters)
Zona desmilitarizada que separa as duas Coreias - 19/7/2022 (Foto: Kim Hong-Ji/Reuters)

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Seul (Reuters) – A Coreia do Norte classificou a Coreia do Sul como um “Estado hostil”, informou a mídia estatal nesta quinta-feira (17), confirmando que a assembleia nacional alterou a Constituição de acordo com a promessa de seu líder de abandonar a unificação como meta nacional.

A agência de notícias norte-coreana KCNA informou que os militares explodiram trechos de estradas e ferrovias com a Coreia do Sul na terça-feira, como ação legítima contra um Estado hostil, conforme definido pela Constituição.

Seções de sessenta metros da estrada e da ferrovia no lado norte da fronteira foram agora completamente bloqueadas como parte de uma “separação completa em fases de seu território” do Sul, disse.

“Essa é uma medida inevitável e legítima tomada de acordo com a exigência da Constituição da RPDC, que define claramente a Coreia do Sul como um Estado hostil”, afirmou a KCNA, usando o nome oficial do Norte, República Popular Democrática da Coreia.

Segundo a KCNA, um porta-voz do Ministério da Defesa disse que o país tomaria outras medidas para “fortificar permanentemente a fronteira sul fechada”, mas não mencionou nenhuma outra mudança na Constituição ordenada pelo líder Kim Jong Un.

A Coreia do Sul “condena veementemente” a mudança na Constituição e a caracterização de Estado hostil, e não hesitará em seus esforços para a reunificação pacífica, disse o Ministério da Unificação, que cuida dos laços com o Norte.