Como uma investigação de corrupção expôs a violência doméstica de Alberto Fernandez?

Relatos de agressões apareceram em chats de celular durante investigação sobre tráfico de influência no pagamento de seguros de órgãos públicos envolvendo grandes quantias para corretores

Roberto de Lira

O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández vota durante as eleições de 2023 (Foto: Reprodução do Intagram/@alferdezok)
O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández vota durante as eleições de 2023 (Foto: Reprodução do Intagram/@alferdezok)

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O ex-presidente da Argentina Alberto Fernandez, acusado de ter espancado a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez, está hoje sob medidas judiciais que incluem a proibição de sair do país e a restrição de se aproximar a menos de 500 metros da casa de sua ex-mulher. Mas o caso de violência doméstica só foi descoberto por conta de outra investigação, envolvendo tráfico de influência.

Foi por meio de uma quebra de sigilo telefônico da secretária do ex-presidente, María Cantero, que foram descobertas trocas de mensagens entre ela a ex-primeira-dama nas quais Yáñez relatou algumas das agressões. 

Um dos principais investigados nesse caso é Héctor Martínez Sosa, marido de María Cantero, que teria recebido grandes quantias em comissões durante o período de 2020 a 2024.

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No final de 2021, Fernandez assinou um decreto no qual entregou o monopólio da gestão de todos os contratos de seguros de órgãos públicos para a empresa Nación Seguros e esses pagamentos feitos a alguns corretores geraram uma investigação.

Conversas encontradas no celular do presidente da empresa, Alberto Pagliano, revelaram manobras suspeitas de favorecimento para alguns corretores.

Uma auditoria da Nación Seguros revelou que durante os quatro anos de governo de Alberto Fernández, foram pagos mais de 3,5 bilhões de pesos em comissões (cerca de R$ 21 milhões). A empresa Bachelier, ligada a Héctor Martínez Sosa, liderou esse ranking com 1,665 bilhão de pesos (R$ 9,75 milhões).

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