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No primeiro dia da cúpula do G20 no Brasil, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Javier Milei trocaram um cumprimento frio, que refletiu as diferenças pessoais e ideológicas entre os dois.
Este foi o primeiro encontro cara a cara entre os líderes, que durou apenas 15 segundos e contrastou com a forma calorosa que Lula demonstrou a outros chefes de Estado, como o francês Emmanuel Macron (um abraço forte e conversa de mãos dadas) e o espanhol Pedro Sánchez (abraçados até na foto oficial).
Milei chegou ao encontro às 10h45, acompanhado por Karina Milei, secretária-geral da Presidência. Ao desembarcarem do carro oficial, ambos exibiram expressões sérias e conversaram brevemente com um responsável pelo protocolo, que os conduziu até uma rampa vermelha.
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No topo da rampa, Lula e sua esposa, Rosângela da Silva, os aguardavam, mantendo uma postura rígida enquanto tentavam superar o momento constrangedor.
Durante o breve encontro, Lula cumprimentou Milei de forma formal, posou para a foto oficial e indicou a direção que Milei deveria seguir para participar do primeiro debate da cúpula, que acontece no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
O presidente argentino foi o último líder do G20 a ser recebido por Lula, que já havia cumprimentado outros líderes, incluindo Joe Biden, que se despede do poder global, e o chanceler russo Sergey Lavrov, que representa Vladimir Putin no Rio.
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Histórico atribulado
As diferenças entre os dois presidentes começaram durante a campanha eleitoral de 2023, quando Lula apoiou Sergio Massa, adversário de Milei.
Antes do segundo turno, Milei chamou Lula de “comunista nervoso” e o acusou de realizar ações diretas contra sua candidatura.
A tensão aumentou quando Milei não convidou Lula para sua posse, apesar de representar o parceiro mais importante da Argentina no Mercosul.
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Em contrapartida, Milei recebeu Jair Bolsonaro, rival político de Lula, em sua posse, na qual o ex-presidente brasileiro se sentou ao lado de chefes de Estado.
A relação entre Milei e Lula se deteriorou ainda mais com críticas mútuas na mídia, apesar do crescimento do comércio entre Argentina e Brasil.
Em julho, Milei disse que o presidente brasileiro era “o perfeito dinossauro idiota”, chamando-o novamente de “corrupto” e “comunista”.
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Em resposta, Lula afirmou que o argentino falava “muita bobagem” e deveria pedir desculpas ao Brasil: “Se governar a Argentina já está bom”. Milei negou o pedido, criticando o “ego inflado” do presidente brasileiro.
Ainda em julho, Milei não compareceu a uma reunião do Mercosul, levando Lula a dizer que a decisão era “triste para a Argentina”.
Com a aproximação do G20, a Casa Rosada teve que tomar uma decisão sobre a participação de Milei na cúpula. Disposto a não ceder espaço geopolítico a Lula, o argentino confirmou sua presença no evento.
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Desde sua chegada ao Rio de Janeiro, Milei tem se mantido distante de Lula, discordando de sua perspectiva sobre questões como mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.
Além disso, Milei se opõe à invasão russa à Ucrânia e acredita que o G20 deve condenar as ações de Vladimir Putin, mas não encontrou respaldo nas propostas apresentadas por Lula.
Milei também se opõe às alianças de Lula com países como Irã e sua postura em relação à Palestina, especialmente no que diz respeito ao apoio a grupos como o Hamas.
O presidente argentino deixou claro que não assinará o comunicado final do G20 se não houver uma condenação explícita ao Hamas e a outros grupos que atuam sob a influência do Irã.