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A disparada dos preços do tomate na Nigéria está criando uma nova dor de cabeça para as autoridades, que lutam contra a inflação de alimentos, que está em seu nível mais alto em décadas e gerou protestos e saques no país.
O ministro da Agricultura, Mohammad Abubakar, em um post recente no X, justificou o aumento dos preços com o fato de a produção ter sido atingida por uma grave praga conhecida como “Ebola do Tomate” ou traça-do-tomateiro, causada por um inseto semelhante a uma mariposa.
O governo respondeu enviando equipes às áreas afetadas para combater a ameaça e ajudar os agricultores a recuperar suas plantações o mais rápido possível.
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O preço do tomate – ingrediente essencial em muitos pratos tradicionais no país mais populoso da África – aumentou devido à escassez, de acordo com comerciantes locais.
Audu Isa, que vende legumes em um dos maiores mercados de Abuja, a capital da Nigéria, disse que o preço de uma pequena cesta de tomates saltou para 25.000 naira (US$ 16,80), de 7.000 naira (US$ 4,70) em abril. Esse aumento de preços é “o pior que tivemos em 10 anos”, disse ele.
Mas fica pior. Em Jos, uma cidade no estado de Plateau, no centro da Nigéria, uma grande cesta da safra pode custar até 75.000 naira (US$ 50,5), quase 20 vezes mais caro do que há três meses.
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Joshua Lalong, agricultor em Jos, disse que “o maior problema é o custo do combustível que subiu, o que torna a agricultura da estação seca impossível”.
O presidente Bola Tinubu descartou um subsídio popular aos combustíveis por ser caro e flexibilizou os controles cambiais logo após assumir o cargo, em maio de 2023. Ambas as medidas levaram os preços dos combustíveis a dispararem antes da reintrodução do subsídio. “As máquinas de regar precisam de combustível e muitos de nós estamos perdendo dinheiro por causa desses preços, então não há incentivo para muitos de nós cultivarmos tomates e outros produtos”, disse Lalong.
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Os preços dos alimentos são particularmente sensíveis na Nigéria, onde uma família média gasta mais de 50% de seu orçamento para comer e o aumento do custo de vida já provocou agitação.
Caminhões que transportavam suprimentos de alimentos no início do ano foram sequestrados em estradas rurais, e os soldados tiveram que ficar de guarda para evitar que armazéns de grãos fossem saqueados nas principais cidades por nigerianos desesperados.
O país também estuda suspender as tarifas de importação de alguns alimentos básicos, bem como medicamentos e outros itens essenciais por seis meses para desacelerar a inflação.
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O tomate apresenta um novo problema. Eles têm imensa importância na culinária nigeriana por sua contribuição para os ensopados e arroz jollof, amados na nação da África Ocidental, e também são uma importante commodity agrícola.
De acordo com pesquisadores da Universidade Cornell, mais de 200 mil pequenos agricultores nigerianos cultivam tomates, tornando o país o 2º maior produtor na África e o 12º globalmente. O item representa 1/5 do consumo diário de vegetais do país.
Além do “ebola do tomate” e do alto custo do combustível, os agricultores também culpam o clima.
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“Devido ao clima quente, os agricultores de hoje, por medo de incorrer em perdas, não ousarão plantar tomates em fevereiro ou março, porque não crescerão”, disse Sani Danladi Yadakwari, presidente de uma associação de produtores de Kano, o maior estado produtor de tomate da Nigéria. “Em maio, todos os tomates produzidos na Nigéria terminaram. Agora estamos esperando a chuva começar a cair para plantar o novo tomate”, disse.
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