Coalizão na COP16 pretende “fazer as pazes com a natureza” e evitar a extinção humana

Grupo com 20 países, criado na cúpula de biodiversidade de Cali, pede ações como direcionar recursos para a conservação e o desenvolvimento sustentável, cooperar internacionalmente e mobilização da sociedade

Reuters

Abertura da 16ª Cúpula das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (COP16), em Cali, Colômbia - 21/10/2024 (Foto: Luisa González/Reuters)
Abertura da 16ª Cúpula das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (COP16), em Cali, Colômbia - 21/10/2024 (Foto: Luisa González/Reuters)

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Cali, Colômbia (Reuters) – A Colômbia lançou, durante a COP16 — cúpula de biodiversidade da ONU –, uma coalizão com 20 países em busca de “fazer as pazes com a natureza”, em um momento em que os líderes políticos alertam que a rápida destruição do meio ambiente traz à tona o risco de extinção da raça humana.

A cúpula de quase 200 países, na cidade montanhosa de Cali, tem a tarefa de descobrir como deter o declínio da natureza até 2030, enquanto a humanidade continua a promover a perda de habitat, a mudança climática, a poluição e outras atividades prejudiciais à biodiversidade.

A coalizão inclui países de quatro continentes como México, Suécia, Uganda e Chile, mas não conta com nenhum da região Ásia Pacífico.

A coalizão está aberta a nações que concordem com um conjunto de princípios voltados à mudança da relação da humanidade com a natureza, buscando viver em harmonia com o meio ambiente.

Isso inclui direcionar recursos financeiros para a conservação e o desenvolvimento sustentável, cooperar internacionalmente e mobilizar toda a sociedade para a preservação da natureza.

Na abertura da reunião da COP16 nesta terça-feira, com seis presidentes e mais de 100 ministros de Estado, líderes alertaram que, ao destruir a natureza, a humanidade está se autodestruindo.

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“Estamos começando a era da extinção humana. Não acho que estou exagerando”, disse o presidente colombiano Gustavo Petro.

Petro afirmou que o mundo não pode esperar que salvar a natureza seja lucrativo e que o mercado não salvará os seres humanos, acrescentando que o valor da vida deve ser colocado acima do dinheiro.

“A natureza é vida. E, no entanto, estamos em guerra contra ela. Uma guerra em que não pode haver vencedor”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. “E isso é uma crise existencial.”

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Para os líderes, a COP16 pode ser um ponto de virada para o conservacionismo, já que a cúpula busca implementar 23 metas para interromper a perda da natureza até 2030, estabelecidas no Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal de 2022, que inclui a mobilização de 200 bilhões de dólares anualmente para conservar e preservar 30% da Terra.

Até esta terça-feira, os países estavam longe de chegar a um acordo sobre como avançar na ampla agenda, presos em um impasse envolvendo as formas de aumentar o financiamento. Um pequeno grupo de nações anunciou milhões de dólares em novos compromissos para um fundo global para a biodiversidade — muito aquém dos bilhões necessários, avaliam observadores.

“Hoje podemos mudar”, disse o presidente do Equador, Daniel Noboa. “Quero acreditar que podemos mudar e que o mundo não vai acabar.”