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Embora Israel não tenha se pronunciado sobre a operação de inteligência que causou a explosão de milhares de pagers usados por integrantes do Hezbollah no Líbano nesta terça-feira (17), especialistas em segurança afirmam que muito provavelmente o ataque foi planejado e executado pela 8200, a unidade secreta de guerra cibernética de Israel.
Especializada em guerra cibernética e inteligência, a Unidade 8200 é conhecida em Israel como “shmone matayim”, “oito mil e duzentos” em hebraico, e faz parte da Diretoria de Inteligência Militar de Israel.
A Unidade 8200 é equivalente à Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) e tem sua origem em unidades das forças de defesa dedicadas a decodificar códigos na época do nascimento do estado de Israel, em 1948.
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Atualmente, suas atividades variam desde inteligência de sinais (a interceptação de sinais eletrônicos ou de comunicação) até a mineração de dados e ataques tecnológicos.
Uma de suas operações mais famosas é o ataque do vírus Stuxnet, entre 2005 e 2010, que desativou centrífugas nucleares iranianas.
A unidade é formada por jovens selecionados no final da adolescência, identificados ainda no Ensino Médio. Muitos integrantes também vêm de lucrativas carreiras no setor de alta tecnologia e segurança cibernética de Israel.
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Ex-membros dizem que a cultura da unidade se assemelha à de uma startup, com pequenas equipes trabalhando em problemas com um grau incomum de liberdade, projetado para fomentar a criatividade.
Juntamente com o restante do sistema de Defesa de Israel, a reputação da unidade foi duramente afetada devido ao fracasso em impedir o ataque de 7 de outubro a Israel — o comandante da unidade anunciou este mês que estaria renunciando, ainda por causa dos eventos do ano passado.
Na resposta aos ataques, além de espionar palestinos na Cisjordânia ocupada e em Gaza, a Unidade 8200 opera em todas as áreas, incluindo zonas de combate, e em tempos de guerra é integrada de perto com os quartéis-generais de comando de combate.