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O Irã realiza na próxima esta sexta-feira (28) sua eleição presidencial para a troca de poder após a morte em um acidente de helicóptero do presidente Ebrahim Raisi, em 19 de maio. Seis candidatos foram autorizados Pelo Conselho dos Guardiões a disputar o pleito, quase todos do campo conservador. O único que pode ser considerado moderado ou reformista é o ex-ministro da Saúde Massoud Pezeshkian.
Apesar de o país enfrentar graves problemas econômicos, potencializados pelas sanções internacionais capitaneadas pelos Estados Unidos, um grande desafio reconhecido pelas lideranças políticas e religiosas iranianas tem sido motivar os eleitores a saírem de suas casas para votar.
Uma prova do desinteresse é recente: em março deste ano, apenas 41% do eleitorado votou nas última eleições parlamentares, segundo dados do ministério do Interior. Além de ter ficado bem abaixo da participação média de 60% nas 10 eleições parlamentares realizadas de 1980 a 2016, o número foi inferior aos já baixos 43% da disputa de 2020.
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No ano seguinte, na eleição presidencial de 2021 que levou Ebrahim Raisi ao poder, apenas 48,8% das pessoas aptas a votar compareceram.
Nem mesmo as promessas de resolução dos problemas econômicos do país parecem servir para elevar o ânimo do eleitorado. Os três debates realizados nos últimos dias, transmitidos pela TV, não tiveram boa audiência, embora tratassem de temas sensíveis à população.
Economia em crise
Num relatório recente, Banco Mundial estimou que a economia do Irã crescerá 3,2% em 2024, desacelerando ante os 5% de 2023. A projeção mais baixa foi atribuída a fatores como a demanda global moderada, as sanções internacionais em curso e à escassez doméstica de energia.
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A falha de infraestrutura energética é particularmente preocupante, uma vez que há um grave déficit de eletricidade do Irã nos verões e uma escassez substancial de gás nos invernos.
O Irã tem se aproximado cada vez mais da Rússia para tentar driblar as limitações de comércio impostas pelo Ocidente.
Já para a inflação ao consumidor local, o Banco Mundial prevê uma desaceleração, saindo dos 40,8% do ano passado para 35% no atual.
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Candidatos
Para oferecer saídas para esses desafios, o Conselho de Guardiões autorizou apenas seis participantes a concorrer neste ano, a maioria pertencentes à linha conservadora chamada de “principialista”. Entre os nomes vetados está do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Quase todas as pesquisas oficiais e as enquetes não oficiais divulgadas pelos órgãos de imprensa extremamente vigiados do país dão como favoritos apenas três nomes: o presidente do Parlamento (chamado de Majles), Mohammad Bagher Ghalibaf, o deputado e ex-ministro da Saúde e Educação Massoud Pezeshkian, e o ex-negociador nuclear Saeed Jalili.
Ghalibaf teve carreira militar e já foi prefeito de Teerã entre 2005 e 2017 e é considerado um administrador habilidoso e um político pragmático. Apesar de unir a experiência anterior em cargos de decisão e uma boa base de apoio entre os parlamentares, está às voltas com um escândalo.
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Saeed Jalili é um herói da guerra contra o Iraque que perdeu uma perna em combate. Ele é cientista político e acumulou cargos como vice-ministro das Relações Exteriores para Assuntos Europeus e Americanos e secretário do Conselho de Segurança Nacional do Irã. Jalili ganhou destaque em 2007, quando se tornou o principal negociador nuclear de Teerã.
Ele ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2013 e retirou sua candidatura em 2021 em favor do falecido Raisi. A última postagem de Jalili nas redes sociais fala sobre a necessidade de aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho, o que foi visto como uma tentativa de corrigir sua reputação de ultraconservador.
Apesar dessa sinalização de moderação de Jalili, o único candidato abertamente reformista é o cirurgião cardíaco Masoud Pezeshkian. Ele ficou muito conhecido no país como ministro da Saúde na gestão do presidente Mohammad Khatami, um clérigo xiita considerado moderado.
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Atual membro do Parlamento, Pezeshkian tem defendido a força do Irã estaria na unidade das forças políticas e costuma dar declarações de que é preciso aceitar a existência de diferenças de opinião e gostos. O deputado também é forte defensor da ciência, do desenvolvimento e progresso regional.
Os outros três candidatos são o atual chefe da Fundação de Assuntos de Mártires e Veteranos, Amir Hossein Ghazizadeh Hashemi, o prefeito de Teerã, Alireza Zakani, e o ex-ministro da Justiça Mostafa Pourmohammadi.