China lança missão histórica para coletar amostras em lado oculto da Lua

O lançamento é outro marco no programa de exploração lunar e espacial da China

Reuters

Sonda Chang'e 6 na província de Hainan (REUTERS/Eduardo Baptista)
Sonda Chang'e 6 na província de Hainan (REUTERS/Eduardo Baptista)

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A China lançou nesta sexta-feira (3) uma espaçonave sem tripulação em uma missão de quase dois meses para recuperar rochas e solo do lado oculto da Lua, o primeiro país a fazer uma tentativa tão ambiciosa.

O Long March-5, maior foguete da China, decolou às 17h27, horário de Pequim (6h27 em Brasília), do Centro de Lançamento Espacial Wenchang, na ilha de Hainan, no sul do país, com a sonda Chang’e-6, de mais de 8 toneladas.

A Chang’e-6 tem a tarefa de pousar na Bacia do Polo Sul-Aitken, no lado mais distante da Lua, e retornar com amostras.

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O lançamento é outro marco no programa de exploração lunar e espacial da China.

“É um pouco misterioso para nós como a China conseguiu desenvolver um programa tão ambicioso e bem-sucedido em tão pouco tempo”, disse Pierre-Yves Meslin, pesquisador francês que trabalha em um dos objetivos científicos da missão Chang’e-6.

Em 2018, a Chang’e-4 proporcionou à China seu primeiro pouso não tripulado na Lua, também no lado oposto. Em 2020, a Chang’e-5 marcou a primeira vez que humanos recuperaram amostras lunares em 44 anos, e a Chang’e-6 pode fazer da China o primeiro país a recuperar amostras do lado “oculto” da Lua.

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O lançamento contou com participação de cientistas, diplomatas e funcionários de agências espaciais de França, Itália, Paquistão e da Agência Espacial Europeia, todos com cargas de estudo da Lua a bordo da Chang’e-6.

Mas nenhuma organização dos Estados Unidos se candidatou para obter um lugar, de acordo com Ge Ping, vice-diretor do Programa de Exploração Lunar e Espacial da Administração Espacial Nacional da China (CNSA).

A legislação dos EUA proíbe a China de colaborar com a agência espacial norte-americana, a Nasa.

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“O lado mais distante da Lua tem uma mística, talvez porque literalmente não podemos vê-lo, nunca o vimos, a não ser com sondas robóticas ou com o número muito pequeno de seres humanos que estiveram do outro lado”, disse Neil Melville-Kenney, um oficial técnico da Agência Espacial Europeia que trabalha com pesquisadores chineses em uma das cargas da Chang’e-6.

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