China e Brasil seguem com plano de paz para Ucrânia, apesar da irritação de Zelensky

Dezessete países participaram de uma reunião paralela à Assembleia Geral das Nações Unidas

Reuters

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China e Brasil deram continuidade nesta sexta-feira (27) a um esforço para reunir os países em desenvolvimento em torno de um plano para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia, apesar de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter rejeitado a iniciativa por considerá-la a serviço dos interesses de Moscou.

Dezessete países participaram de uma reunião paralela à Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e pelo assessor brasileiro de política externa, Celso Amorim.

Wang disse aos repórteres que eles discutiram a necessidade de impedir a escalada da guerra, evitar o uso de armas de destruição em massa e impedir ataques a usinas nucleares.

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“A Rússia e a Ucrânia são vizinhos que não podem ser afastados um do outro e a amizade é a única opção realista”, disse Wang, acrescentando que a comunidade internacional deveria apoiar uma conferência internacional de paz envolvendo a Rússia e a Ucrânia.

Além do Brasil e da China, 10 países do Sul Global que estavam presentes, incluindo Indonésia, África do Sul e Turquia, assinaram uma declaração que, segundo Amorim, baseia-se em um plano anterior de seis pontos proposto por Brasil e China em maio.

Os países continuarão a se reunir em Nova York em um grupo de “amigos pela paz”, acrescentou.

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O presidente chinês, Xi Jinping, assinou um acordo de parceria “sem limites” com o presidente russo Vladimir Putin em 2022, menos de três semanas antes de as tropas russas entrarem na Ucrânia.

Pequim afirma que não forneceu à Rússia armas para uso na Ucrânia, mas os países ocidentais dizem que suas empresas fornecem materiais que a Rússia usa na fabricação de armas para a guerra.

Zelensky, em um discurso na Assembleia Geral na quarta-feira, questionou por que a China e o Brasil estavam propondo uma alternativa à sua própria fórmula de paz.

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A proposta de “alternativas, planos de acordo sem convicção, os chamados conjuntos de princípios” só daria a Moscou o espaço político para continuar a guerra, disse ele.

Questionado sobre o comentário de Zelensky, Amorim disse à Reuters: “Não estou aqui para responder a Zelensky ou Putin, apenas para propor um caminho para a paz”.