China diz que parou discussões sobre controle de armas com EUA por conta de Taiwan

Pequim disse que as repetidas vendas de armas dos EUA para Taiwan "comprometeram a atmosfera política"

Reuters

Marinheiro segura  bandeira de Taiwan na fragata Lafayette durante tour de unidades modelo organizado pelo Ministério da Defesa de Taiwan, em Kaohsiung
28/08/2008
REUTERS/Nicky Loh
Marinheiro segura bandeira de Taiwan na fragata Lafayette durante tour de unidades modelo organizado pelo Ministério da Defesa de Taiwan, em Kaohsiung 28/08/2008 REUTERS/Nicky Loh

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A China interrompeu as conversas sobre controle de armas nucleares com os Estados Unidos, informou o Ministério das Relações Exteriores chinês nesta quarta-feira, em protesto contra as vendas de armas norte-americanas para Taiwan, que Pequim reivindica como seu território.

O porta-voz do ministério, Lin Jian, disse que as repetidas vendas de armas dos EUA para Taiwan nos últimos meses “comprometeram seriamente a atmosfera política para a continuidade das consultas sobre controle de armas.”

“Consequentemente, o lado chinês decidiu suspender a discussão com os EUA sobre uma nova rodada de consultas sobre controle de armas e não proliferação. A responsabilidade é totalmente dos EUA”, disse Lin em uma coletiva de imprensa em Pequim.

Lin disse que a China está disposta a manter a comunicação sobre o controle internacional de armas, mas que os EUA “devem respeitar os principais interesses da China e criar as condições necessárias para o diálogo e o intercâmbio.”

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse que a China optou por seguir o exemplo da Rússia ao afirmar que o compromisso de controle de armas não pode prosseguir enquanto houver outros desafios no relacionamento bilateral.

“Acreditamos que essa abordagem prejudica a estabilidade estratégica e aumenta o risco de uma dinâmica de corrida armamentista”, disse Miller aos repórteres.

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As autoridades norte-americanas e chinesas retomaram as discussões sobre armas nucleares em novembro, mas as conversas formais sobre controle não eram esperadas tão cedo, apesar das preocupações dos EUA com o rápido desenvolvimento de armas nucleares na China.

Os EUA estimam que a China tenha 500 ogivas nucleares operacionais e provavelmente terá mais de 1.000 até 2030.

As autoridades norte-americanas têm expressado frustração com o fato de Pequim ter demonstrado pouco interesse em discutir medidas para reduzir os riscos das armas nucleares. Mas a China há muito tempo argumenta que os EUA já possuem um arsenal muito maior.

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Os EUA têm um estoque de cerca de 3.700 ogivas nucleares, das quais aproximadamente 1.419 ogivas nucleares estratégicas foram instaladas. A Rússia tem cerca de 1.550 armas nucleares instaladas e, de acordo com a Federação de Cientistas Americanos, um estoque de 4.489 ogivas nucleares.