Chanceler russo Lavrov elogia posição de vice de Trump sobre fim de ajuda à Ucrânia

Candidato republicano J.D. Vance defende cortar o apoio militar norte-americano para a Ucrânia e, como senador, votou contra o último projeto de ajuda; Sergei Lavrov disse que Vance é defensor da paz

Reuters

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov na reunião do Conselho de Segurança da ONU,  em Nova York - 17/07/2024 (Foto: Eduardo Muñoz/Reuters)
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov na reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York - 17/07/2024 (Foto: Eduardo Muñoz/Reuters)

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Nações Unidas (Reuters) – A Rússia está pronta para trabalhar em conjunto com um líder dos Estados Unidos disposto a oferecer um “diálogo equitativo e mutuamente respeitoso”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta quarta-feira (18), enquanto elogiava a posição sobre a Ucrânia do candidato republicano a vice-presidente, J.D. Vance.

Vance, escolhido nesta semana por Donald Trump como seu companheiro de chapa, quer cortar o apoio militar norte-americano para a Ucrânia na sua guerra contra a Rússia e tem dito que Kiev não tem chances de recuperar todo o território tomado pela Rússia desde que o país foi invadido em fevereiro de 2022.

“Ele está a favor da paz, a favor de terminar com o apoio que está sendo oferecido e só podemos elogiar essa postura porque é o que precisamos – parar de lotar a Ucrânia com armas e, então, a guerra vai acabar”, disse Lavrov para repórteres.

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Os aliados europeus dos Estados Unidos expressaram preocupação com a escolha de Vance por Trump para candidato a vice na eleição de 5 de novembro. Trump demonstrou incômodo com o último pacote de auxílio do Congresso enviado para a Ucrânia, que aconteceu em abril. Mas, ao contrário de Vance, ele não se opôs formalmente contra ele.

Trump também disse no fim do mês passado que ele não aceita os termos do presidente russo, Vladimir Putin, para encerrar a guerra. Putin tem dito que a Rússia terminaria a guerra se Kiev entregasse as quatro regiões no leste e no sul reivindicadas por Moscou.

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Trump, que foi presidente entre 2017 e 2021, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estão enfrentando uma disputada revanche na eleição de novembro, de acordo com a maior parte das pesquisas de opinião.

“Vamos trabalhar com qualquer líder norte-americano, seguimos prontos para trabalhar com qualquer líder do país, que os eleitores do país elegerem”, disse Lavrov, desde que o líder esteja “disposto a participar de um diálogo equitativo e mutuamente respeitoso”.

“Sob Trump, houve mais e mais sanções sendo impostas, sanções econômicas, sanções diplomáticas foram impostas, no entanto, naquela altura… o diálogo acontecia entre nós e Washington nos níveis mais altos”, disse Lavrov.

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“Agora, não há tal diálogo”, ele disse sobre o governo Biden, acrescentando que desde que a guerra da Rússia com a Ucrânia começou em 2022, os contatos de alto nível entre Washington e Moscou se encerraram.

Uma avaliação publicada neste mês pela diretoria da Inteligência Nacional dos Estados Unidos disse que a Rússia “segue sendo a principal ameaça para as nossas eleições”, e “agentes de influência russos” não-identificados têm planos secretos para “influenciar a opinião pública” em Estados-chave e para “diminuir o apoio dos EUA para a Ucrânia”.

“Não interferimos em assuntos domésticos de outros países. Isto inclui os Estados Unidos”, disse Lavrov.

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Ele estava em Nova York para ser o presidente de duas reuniões do Conselho de Segurança da ONU durante a presidência russa do colegiado.