Cancelamentos da Netflix saltaram nos EUA após apoio de CEO a Kamala, diz consultoria

A taxa de cancelamentos quase triplicou após apoiadores de Trump convocarem boicote contra o serviço de streaming

Equipe InfoMoney

Reed Hastings, fundador da Netflix (Divulgação)
Reed Hastings, fundador da Netflix (Divulgação)

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A Netflix teve um aumento significativo no número de cancelamentos de assinaturas nos EUA nos dias seguintes ao apoio de seu cofundador e CEO, Reed Hastings, à candidatura de Kamala Harris à presidência, além do anúncio de doações milionárias à sua campanha. As informações são da Bloomberg.

Segundo a pesquisa da consultoria Antenna, a taxa de cancelamentos, conhecida como “churn” na indústria, quase triplicou nos Estados Unidos após o apoio de Hastings.

Em julho, a taxa de cancelamentos da Netflix atingiu 2,8%, o maior índice desde fevereiro, em parte devido à decisão da empresa de eliminar seu plano básico, que era a versão mais barata e sem anúncios. No entanto, o período de cinco dias após o apoio de Hastings foi incomum, mesmo para o mês.

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Hastings, um doador histórico do Partido Democrata, anunciou seu apoio a Harris em uma postagem na rede social X no dia 22 de julho. No dia seguinte, ele revelou ao site The Information que havia doado US$ 7 milhões a um comitê pró-Kamala.

Logo após o apoio, eleitores de Donald Trump começaram a convocar as pessoas a cancelarem o serviço, utilizando a hashtag #CancelNetflix (“Cancele Netflix”). O dia 26 de julho, três dias após o anúncio da doação, se tornou o pior dia do ano para cancelamentos na plataforma. A Netflix e Hastings não comentaram o assunto.

O aumento nos cancelamentos durou apenas alguns dias e não foi tão forte quanto a reação que a empresa enfrentou em 2020, quando conservadores pediram a remoção do filme francês “Lindinhas”, que consideravam uma exploração de crianças.

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Após o assassinato de George Floyd, em maio de 2020, muitas empresas demonstraram apoio ao movimento negro e iniciaram programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). A Netflix, por exemplo, direcionou recursos para bancos de proprietários negros, enquanto Hastings fez doações a universidades historicamente negras.

Nos últimos anos, no entanto, críticos das iniciativas de DEI têm se fortalecido. As vendas da Bud Light despencaram após uma campanha publicitária com uma influenciadora trans, que provocou um boicote por parte de conservadores. Críticos das iniciativas de DEI também se sentiram encorajados após a decisão da Suprema Corte de que programas de ação afirmativa para aumentar a diversidade racial nas universidades eram discriminatórios.

Empresas de entretenimento também enfrentaram reações adversas após seus executivos tomarem posições políticas. A Walt Disney, por exemplo, passou dois anos em conflito com o governador da Flórida, Ron DeSantis, após criticar uma lei que restringe discussões sobre orientação sexual e identidade de gênero nas salas de aula.

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Reed Hastings sempre foi engajado em causas cívicas. Antes de fundar a Netflix, ele trabalhava em reformas educacionais e, ao longo dos anos, doou bilhões para causas filantrópicas. Recentemente, ele se tornou mais vocal em questões políticas, participando ativamente de um grupo de celebridades que pediram a Joe Biden que não concorresse à reeleição.