Câmara dos EUA deve votar hoje resolução para impedir paralisação do governo

Com possíveis deserções da ala radical do Partido Republicano, presidente da Casa conta com o maciço apoio dos democratas na votação

Roberto de Lira

O novo "speaker" da Câmara dos EUA, Mike Johnson (Photo by Chip Somodevilla/Getty Images)
O novo "speaker" da Câmara dos EUA, Mike Johnson (Photo by Chip Somodevilla/Getty Images)

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No novo presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Mike Johnson, deve colocar em votação nesta terça-feira (14) uma resolução contínua (CR, na sigla em inglês) escalonada que permitirá ao governo se financiar para manter seus serviços funcionando e evitar assim o temido “shutdown”, uma paralisação forçada que já aconteceu em três oportunidades recentes. Para isso, no entanto, ele vai precisar dos votos dos democratas da Casa, uma vez que a ala mais à direita dos republicanos já comunicou que votará contra.

O plano escalonado prevê financiar quatro de 12 projetos de lei de gastos anuais até 19 de janeiro e o restante até 2 de fevereiro. O prazo para evitar o “desligamento” se encerra na sexta-feira (17).

A resolução será submetida direta ao plenário, sob suspensão das regras, o que exigirá uma maioria de dois terços para sua aprovação. Caso os 434 legisladores em exercício marquem presença hoje, a proposta do “speaker”, precisará de 290 votos, segundo o site Politico. Há estimativas que entre 30 e 40 deputados republicanos votarão contra, mas que a adesão democrata será forte.

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O House Freedom of Caucus – a combativa bancada conservadora dos republicanos -, no entanto,  já assumiu uma posição oficial contra o plano do presidente da Câmara. Segundo o grupo, a chamada CR “limpa” não contém reduções de gastos, nem cita questões como a segurança nas fronteiras, dois pontos que eles consideram essenciais.

“Os republicanos devem parar de negociar contra si mesmos por medo do que o Senado possa fazer com a promessa de rolar hoje e lutar amanhã”, diz um comunicado citado pelo site The Hill.

Johnson negou nesta manhã em entrevista que esteja capitulando aos desejos dos democratas. “Não estamos nos rendendo. Estamos lutando, mas é preciso ter sabedoria na escolha das lutas. Você tem que escolher lutas que pode vencer e nós vamos fazer isso. Vocês verão esta maioria da Câmara unida em nosso princípio e vamos fazer isso”, disse.

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O presidente da Câmara lembrou que está no trabalho há menos de três semanas e não poderia “virar um porta-aviões da noite para o dia”. “Esse foi um primeiro passo muito importante para nos levar à próxima fase, para que possamos mudar a forma como Washington funciona. E acho que o CR escalonado, em duas etapas, é uma parte importante disso”, disse.

Sobre se temia ter o mesmo destino ex-presidente da Câmara Kevin McCarthy, deposto depois de apresentar uma resolução contínua “limpa”, como fez Johnson, o presidente da Câmara disse não estar preocupado. “Kevin não deveria se culpar por isso, estava em uma situação muito difícil quando isso aconteceu. Esta é uma situação diferente”, minimizou. No entanto, ele também disse estar farto dos CRs de curto prazo.

Enquanto isso, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que tanto ele quanto a Casa Branca estão a bordo do projeto de lei do presidente Mike Johnson para evitar a paralisação do governo.

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“A proposta apresentada à Câmara faz duas coisas que os democratas pressionaram”, disse Schumer aos repórteres. “Todos nós queremos evitar uma paralisação. Falei com a Casa Branca e ambos concordamos que, se isso puder evitar um desligamento, será uma coisa boa.”

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