Câmara da Argentina derrota Milei e veta decreto de verbas para a Inteligência

Governo argentino queria autorização para gastar o equivalente a R$ 583 milhões em serviços de inteligência, mas foi derrotado nesta quarta-feira

Roberto de Lira

Congresso da Argentina - 02/02/2024 (Foto: Agustin Marcarian/Reuters)
Congresso da Argentina - 02/02/2024 (Foto: Agustin Marcarian/Reuters)

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A Câmara de Deputados da Argentina contrariou os desejos do presidente Javier Milei e aprovou nesta quarta-feira (21) o veto ao Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) que concedia uma verba de 100 bilhões de pesos argentinos (cerca de R$ 583 milhões) à Secretaria de Inteligência de Estado (SIDE).

A declaração de rejeição foi aprovada com 156 votos a favor, 52 contrários e seis abstenções e a oposição contou com o apoio de vários deputados do PRO e dos radicais da UCR que estiveram ao lado do governo na apreciação de projetos importantes recentes, como a Lei de Bases.

O deputado Pablo Juliano, da UCR, comentou aos jornais que “é imoral o governo dizer que não há dinheiro para aposentados e professores, mas que há dinheiro para espionagem”.

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O episódio é só mais um dos últimos dias que mostram o momento de tensão na relação entre o governo e o Congresso. Nesta semanas, os senadores aprovaram um aumento em seus salários, com a ajuda até da vice-presidente Victoria Villarruel, uma medida que recebeu tantas críticas de Milei e da sociedade civil que foi revista ontem.

Além disso, um acordo entre os oposicionistas do União pela Pátria e a União Cívica Radical permitiu que a importante Comissão Bicameral de Fiscalização dos Organismo e Atividades de Inteligência caísse nas mãos do kirchnerista Martín Lousteau.

O deputado governista Fernando Iglesias (PRO) ironizou a escolha, em post na rede X que foi replicado pelo próprio Milei. “Vou resumir: as agências de inteligência, cuja principal tarefa imediata é impedir um novo ataque do Irã, vão ser controladas por uma comissão cujas autoridades assinaram o pacto de impunidade com o Irã (…) Maravilhoso.”