Caixas-pretas pararam de gravar em acidente aéreo que matou 179 na Coreia do Sul

Dados dos dispositivos ajudariam a esclarecer causas da tragédia; investigadores continuam apuração para conclusão do caso

Equipe InfoMoney

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As caixas-pretas do Boeing envolvido no acidente aéreo da Coreia do Sul pararam de registrar dados cerca de quatro minutos antes da tragédia, informou o Ministério dos Transportes neste sábado (11).

Os investigadores já haviam destacado que as informações de voo e as gravações de voz da cabine eram cruciais para entender a causa do desastre, ocorrido no mês passado e que resultou na morte de 179 pessoas. O avião explodiu cerca de quatro minutos depois de o piloto da Jeju Air relatar uma colisão com aves.

As autoridades planejam investigar por que as gravações das caixas-pretas foram interrompidas, informou o ministério em nota oficial. O gravador de voz foi inicialmente analisado na Coreia do Sul, mas, ao ser identificado que faltavam dados, foi enviado a um laboratório da Junta Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês) nos Estados Unidos para uma análise mais aprofundada.

As caixas-pretas armazenam informações sobre as comunicações entre os pilotos e o controle de tráfego, além de registrarem o desempenho dos sistemas da aeronave durante o voo.

O Boeing 737-800, operado pela companhia aérea de baixo custo Jeju Air, partiu de Bangcoc, na Tailândia, rumo a Muan, no sudoeste da Coreia do Sul. Ele realizou um pouso forçado de barriga e ultrapassou a pista do aeroporto regional em 29 de dezembro, colidindo com um muro de concreto e explodindo em chamas. Apenas dois tripulantes, que estavam na parte traseira da aeronave, sobreviveram ao desastre.

Dois minutos antes de os pilotos emitirem o sinal de emergência Mayday, o controle aéreo havia alertado sobre a presença de aves na região.

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Sim Jai-dong, ex-investigador de acidentes do Ministério dos Transportes, classificou como surpreendente a ausência de dados nos minutos finais do voo. Ele sugeriu que a falha pode ter sido causada por um corte completo de energia, algo extremamente raro em aviões comerciais.

O Ministério dos Transportes afirmou que os demais dados disponíveis serão analisados na investigação, comprometendo-se com a transparência e garantindo que as informações serão compartilhadas com as famílias das vítimas.

Alguns parentes das vítimas, no entanto, manifestaram desconfiança sobre a condução do processo pelo ministério, defendendo a inclusão de especialistas independentes, indicados pelas famílias, para assegurar imparcialidade na investigação.

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Outro ponto de análise é o muro de concreto contra o qual o avião colidiu. Ele foi construído para sustentar um equipamento de auxílio ao pouso, mas especialistas questionam o uso de material tão rígido e sua localização próxima ao fim da pista.

(Com Reuters)