Biden oferece cidadania a cônjuges de americanos e contrapõe deportação de Trump

O programa de legalização planejado por Biden pode reforçar mensagem da sua campanha de que ele apoia um sistema de imigração mais humano

Reuters

Manifestantes protestam contra leis anti-imigração em Nashville, Tennessee
04/04/2024
REUTERS/Seth Herald
Manifestantes protestam contra leis anti-imigração em Nashville, Tennessee 04/04/2024 REUTERS/Seth Herald

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O presidente Joe Biden anunciou nesta terça-feira (18) um novo programa para oferecer oportunidade de cidadania a centenas de milhares de imigrantes que estão ilegalmente nos EUA e são casados com cidadãos norte-americanos, medida tomada em ano eleitoral que contrasta bastante com o plano do adversário republicano, Donald Trump, de deportações em massa.

Em um evento na Casa Branca, Biden criticou Trump por separar famílias na fronteira entre EUA e México e usar linguagem incendiária sobre imigrantes que estão ilegalmente nos EUA, incluindo comentários de que eles estavam “envenenando o sangue do nosso país”.

“É difícil acreditar que está sendo dito, mas ele está realmente dizendo essas coisas em voz alta. E isso é ultrajante”, disse Biden. “Eu não estou interessado em fazer política com fronteira ou imigração. Estou interessado em consertá-las”.

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O programa estará a aberto a cerca de 500.000 cônjuges que viveram nos EUA por pelo menos 10 anos até 17 de junho, disseram a Casa Branca e o Departamento de Segurança Interna dos EUA em comunicados publicados nesta terça-feira. Aproximadamente 50.000 jovens com menos de 21 anos com pai ou mãe cidadãos norte-americanos também serão elegíveis.

O democrata Biden, concorrendo a um segundo mandato na eleição presidencial de novembro, assumiu o poder prometendo reverter muitas políticas imigratórias restritivas do seu antecessor Trump, que também está tentando voltar à Casa Branca. Mas, diante de níveis recordes de prisões de imigrantes na fronteira com o México, Biden endureceu sua abordagem nos últimos meses.

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Neste mês, Biden proibiu que a maioria dos imigrantes cruzando a fronteira com o México solicitasse asilo, uma política que espelhou uma proibição similar da era Trump e atraiu críticas de ativistas e alguns democratas.

O programa de legalização planejado por Biden para cônjuges de cidadãos norte-americanos pode reforçar mensagem da sua campanha de que ele apoia um sistema de imigração mais humano e mostrar como ele é diferente de Trump, que há muito tempo tem uma posição mais linha-dura tanto em relação à imigração legal quanto à ilegal.

Os EUA já fornecem um caminho à cidadania para imigrantes que são casados com norte-americanos e entraram no país legalmente com um visto. Mas, em muitos casos, aqueles que entram ilegalmente precisam primeiro voltar aos seus países de origem por anos antes de poderem retornar legalmente.

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O novo programa permitirá que os cônjuges e seus filhos se inscrevam para residência permanente sem deixar os EUA, removendo um processo potencialmente longo e a separação familiar. Se eles receberem green cards, podem, em certo momento, solicitar cidadania norte-americana.

Pessoas consideradas ameaças à segurança pública ou que tiverem um histórico criminal que as desqualifique não serão elegíveis.

A implementação será realizada nos próximos meses e a maioria dos prováveis beneficiários serão mexicanos, disseram autoridades do governo Biden, em uma ligação com repórteres.

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O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou nesta terça-feira que a decisão de regularizar o status migratório de famílias mexicanas nos Estados Unidos são “notícias muito boas”, comemorando o anúncio de Biden durante uma entrevista coletiva.

A porta-voz da campanha de Trump, Karoline Leavitt, disse que o novo programa de Biden é uma “anistia” que criará “outro convite para a imigração ilegal”. Trump destacou crimes cometidos por imigrantes e repetidas vezes prometeu deportar milhões de pessoas se eleito.