Austrália limita número de estudantes estrangeiros em medida contra imigração

Decisão visa acabar com concessões feitas na era Covid a estudantes e trabalhadores estrangeiros

Reuters

(Pixabay/pattyjansen)
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A Austrália informou nesta terça-feira (27) que limitará o número de matrículas de novos estudantes internacionais a 270.000 em 2025, em uma tentativa de controlar a imigração recorde que contribuiu para um aumento nos preços dos aluguéis de imóveis.

A decisão segue uma série de ações desde o ano passado para acabar com as concessões da era Covid para estudantes e trabalhadores estrangeiros na Austrália que ajudaram as empresas a recrutar funcionários localmente, enquanto os controles rígidos de fronteira impediam a entrada de trabalhadores estrangeiros.

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“Há cerca de 10% a mais de estudantes estrangeiros em nossas universidades hoje do que antes da pandemia, e cerca de 50% a mais em nossos provedores privados de treinamento e vocação”, disse o ministro da Educação, Jason Clare, em uma coletiva de imprensa.

As novas matrículas de estudantes internacionais serão limitadas a 145.000 para universidades, o que corresponde aos níveis de 2023, e 95.000 para cursos práticos e baseados em habilidades.

Clare disse que o governo informará as universidades sobre seus limites específicos de matrícula.

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A Universidade de Melbourne afirmou em um comunicado que havia recebido seu limite indicativo, sem entrar em detalhes, e que estava avaliando as implicações financeiras e outras.

“O limite de estudantes internacionais terá consequências prejudiciais para nossa universidade, para o setor de ensino superior em geral e para a nação nos próximos anos”, disse o vice-reitor, professor Duncan Maskell.

A Universidade de Sydney também declarou que estava estudando o provável impacto do limite.

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“Continuaremos a trabalhar em colaboração com os governos e o setor para administrar o crescimento do ensino superior internacional, uma das exportações mais valiosas da Austrália”, afirmou em um comunicado.

A Universities Australia, órgão máximo das universidades, disse que a medida do governo “aplicaria um freio de mão” ao setor.

A educação internacional, a quarta maior exportação da Austrália, depois do minério de ferro, gás e carvão, rendeu 24,7 bilhões de dólares para a economia no ano fiscal de 2022-2023.