“Ato hostil e político”: Casa Branca critica Amazon por detalhar tarifas em preços

Declaração gerou repercussão imediata no mercado, com as ações da Amazon caindo mais de 2% no pré-market

Gabriel Garcia

Da direita: Sundar Pichai do Google; Jeff Bezos, da Amazon, com sua noiva, Lauren Sanchez; e Mark Zuckerberg, da Meta, durante a posse de Donald Trump, em Washington – 20/01/2025 (Foto Kenny Holston /The New York Times)
Da direita: Sundar Pichai do Google; Jeff Bezos, da Amazon, com sua noiva, Lauren Sanchez; e Mark Zuckerberg, da Meta, durante a posse de Donald Trump, em Washington – 20/01/2025 (Foto Kenny Holston /The New York Times)

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A Casa Branca criticou duramente a Amazon nesta terça-feira (29) após relatos de que a gigante do varejo online planeja exibir os custos das tarifas impostas pelo governo Trump ao lado do preço total dos produtos em seu site.

A secretária de imprensa Karoline Leavitt classificou a iniciativa como um “ato hostil e político” durante uma coletiva de imprensa.

A declaração gerou repercussão imediata no mercado, com as ações da Amazon caindo mais de 2% no pré-mercado.

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Segundo o Punchbowl News, a Amazon pretende informar aos consumidores o impacto das tarifas diretamente nos preços dos produtos.

A medida, que ainda não foi confirmada oficialmente pela empresa, tem como objetivo aumentar a transparência sobre os custos adicionais gerados pelas políticas comerciais do governo.

No entanto, a Casa Branca questionou a motivação por trás da decisão, sugerindo que a Amazon não adotou postura semelhante durante o governo Biden.

A iniciativa da Amazon não é inédita no setor de varejo.

Empresas como Shein e Temu, ambas com sede na China, já começaram a incluir taxas adicionais em seus preços, destacando os impactos das tarifas de importação.

A Temu, por exemplo, passou a exibir uma linha específica no checkout chamada “taxa de importação”, que pode adicionar até 145% ao custo de cada item.

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Apesar disso, a decisão da Amazon parece ter gerado um atrito mais significativo com o governo Trump, especialmente devido ao histórico de doações e apoio da empresa ao presidente.

Durante a coletiva, Leavitt também abordou a questão do impacto das tarifas sobre os consumidores americanos.

Quando questionada por um repórter se a medida da Amazon seria uma demonstração clara de que os custos das tarifas recaem sobre os consumidores, e não sobre a China, a secretária de imprensa respondeu que havia acabado de discutir o assunto com o presidente.

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A resposta sinaliza um possível desentendimento entre Trump e Jeff Bezos, fundador da Amazon, que anteriormente havia demonstrado apoio ao presidente, inclusive com uma doação de US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Trump.