Aterrorizadas, famílias libanesas fogem de bombardeios israelenses em massa

O Ministério da Saúde do Líbano disse que mais de 270 pessoas foram mortas no bombardeio

Reuters

Fumaça emerge no sul do Líbano após ataques israelenses, vista de Tiro, no Líbano
23/09/2024 
REUTERS/Aziz Taher
Fumaça emerge no sul do Líbano após ataques israelenses, vista de Tiro, no Líbano 23/09/2024 REUTERS/Aziz Taher

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Famílias do sul do Líbano entupiram as rodovias ao norte nesta segunda-feira (23), fugindo de um bombardeio israelense em expansão para um futuro incerto, com crianças amontoadas no colo dos pais, malas amarradas ao teto dos carros e fumaça escura atrás deles.

Inúmeros carros, vans e caminhonetes estavam carregados de pertences e pessoas, às vezes várias gerações em um veículo, enquanto outras famílias fugiam levando apenas o essencial, enquanto as bombas caíam do alto.

“Quando os ataques aconteceram pela manhã nas casas, peguei todos os documentos importantes e saímos. Havia ataques ao nosso redor. Foi aterrorizante”, disse Abed Afou, cujo vilarejo de Yater foi fortemente atingido na madrugada.

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Israel e o grupo Hezbollah, do Líbano, têm trocado tiros através da fronteira desde o início da atual guerra em Gaza no ano passado, detonada após um ataque do Hamas, aliado do Hezbollah, mas Israel intensificou rapidamente sua campanha militar na última semana.

Nesta segunda-feira, quando o bombardeio se intensificou e passou a abranger mais áreas do Líbano, as pessoas receberam ligações telefônicas pré-gravadas em nome das Forças Armadas de Israel, dizendo-lhes para deixarem suas casas para sua própria segurança.

Afou, que permaneceu em Yater desde o início dos combates, apesar de estar a apenas cerca de 5 km da fronteira israelense, decidiu sair quando as explosões começaram a atingir casas residenciais no distrito.

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“Eu estava com uma mão nas costas do meu filho, dizendo a ele para não ter medo”, disse. A família de Afou, com três filhos com idades entre 6 e 13 anos, e vários outros parentes, estavam agora presa na rodovia, enquanto o tráfego se arrastava para o norte.

Eles não sabem onde ficarão, disse ele, mas só queriam chegar a Beirute.

O Ministério da Saúde do Líbano disse que mais de 270 pessoas foram mortas no bombardeio e uma autoridade disse que foi o dia mais mortal do país desde o fim da guerra civil em 1990.

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Israel disse ter atingido cerca de 800 alvos ligados ao Hezbollah e que os edifícios atingidos continham armas pertencentes ao grupo.

Alguns testemunharam a destruição de perto.

“A força e a intensidade dos bombardeios são algo que nunca testemunhamos antes em todas as guerras anteriores”, disse Abu Hassan Kahoul, a caminho de Beirute com sua família, após prédios serem destruídos perto do bloco de apartamentos onde mora.

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“As crianças pequenas não sabem o que está acontecendo, mas há medo em seus olhos”, acrescentou.

Até mesmo em Beirute houve um alarme crescente, e os pais correram para tirar seus filhos das escolas, em meio a alertas de Israel sobre mais ataques.