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Os astronautas da NASA Sunita Williams e Barry “Butch” Wilmore iniciaram sua viagem de volta à Terra após ficarem nove meses na Estação Espacial Internacional (ISS). A dupla embarcou na cápsula SpaceX Dragon, que desacoplou da ISS às 2h05 pelo horário de Brasília e deve aterrissar no oceano próximo à Flórida por volta das 18h57 GMT desta terça-feira (18).
Originalmente, a missão dos dois astronautas deveria durar apenas oito dias. Eles viajaram à ISS a bordo da cápsula Starliner, da Boeing, em 5 de junho de 2024, como parte de um teste do novo veículo espacial. No entanto, uma série de falhas técnicas, incluindo vazamentos de hélio e problemas nos propulsores, tornaram inseguro o retorno na mesma cápsula. Como resultado, a NASA e a Boeing decidiram trazer a Starliner de volta sem tripulação, deixando Williams e Wilmore a bordo da ISS por mais tempo do que o previsto.

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Para viabilizar o retorno, os astronautas foram incorporados à equipe Crew-9, composta também pelo americano Nicholas Hague e pelo russo Aleksandr Gorbunov. Com a chegada da nova tripulação à ISS em setembro, surgiu a oportunidade de os quatro astronautas voltarem juntos na cápsula da SpaceX.
Reentrada perigosa
O retorno à Terra não é um processo simples. A cápsula SpaceX Dragon passará por uma reentrada rápida e intensa na atmosfera terrestre, enfrentando temperaturas de até 1.600ºC. Um escudo térmico protegerá os astronautas, que estarão sujeitos a forças gravitacionais cerca de quatro vezes maiores que a da Terra. Na fase final da descida, quatro paraquedas gigantes serão acionados para garantir um pouso controlado no oceano.
A astronauta britânica Helen Sharman, que já passou por esse processo, destacou a emoção do retorno: “Eles são astronautas experientes, mas se sentirão maravilhados ao voltar à Terra. A primeira coisa que perceberão é o frescor do ar”.

Disputa política nos EUA
Além dos desafios técnicos, a missão ganhou contornos políticos. A permanência prolongada de Williams e Wilmore na ISS foi utilizada como argumento por aliados do ex-presidente Donald Trump para criticar a administração Biden. O bilionário Elon Musk, dono da SpaceX e apoiador de Trump, chegou a afirmar sem evidências que os astronautas haviam sido “abandonados” pela NASA.
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Trump também tentou enquadrar a viagem de retorno como uma operação de resgate autorizada por sua gestão, mas registros da NASA mostram que a volta dos astronautas já estava programada desde setembro. Wilmore, por sua vez, buscou afastar a narrativa política, declarando que não se sentia “abandonado, preso ou encalhado” no espaço.
A situação levou a embates públicos entre Musk e astronautas veteranos, incluindo Andreas Mogensen e os irmãos Scott e Mark Kelly. Em resposta a críticas, Musk chegou a chamar Mark Kelly de “traidor” e se envolveu em novos atritos com ex-colegas da NASA.
Futuro do programa Starliner
O fracasso da missão original do Starliner levantou dúvidas sobre o futuro da cápsula da Boeing, que faz parte do programa de transporte comercial da NASA. Atualmente, engenheiros analisam o veículo em sua base no Novo México para diagnosticar os problemas ocorridos no voo.
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De acordo com a Aviation Week, o Starliner dificilmente retornará ao espaço antes de 2026. No entanto, a Boeing mantém confiança no projeto e trabalha para obter nova certificação de voo.
Enquanto isso, a SpaceX continua dominando os voos tripulados da NASA, reforçando seu papel como principal fornecedora de transporte espacial dos EUA.
(com The Guardian, BBC e Aviation Week)