Arquidiocese de Los Angeles concorda em pagar R$ 4,9 bi a vítimas de abuso sexual

Acordo é considerado o maior pagamento único já feito por uma diocese no mundo

Equipe InfoMoney

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A Arquidiocese de Los Angeles, a maior dos Estados Unidos, concordou em pagar US$ 880 milhões (R$ 4,9 bilhões) a 1.353 pessoas que afirmam ter sido sexualmente abusadas na infância por clérigos católicos. Este acordo, considerado o maior pagamento único já feito por uma diocese, eleva o total acumulado em processos de abuso sexual em Los Angeles para mais de US$ 1,5 bilhão.

O anúncio do acordo foi feito na quarta-feira (16) em uma declaração conjunta dos advogados das vítimas e da arquidiocese. “Lamento profundamente cada um desses incidentes, do fundo do meu coração”, afirmou o arcebispo José H. Gomez. “Minha esperança é que este acordo ofereça algum grau de alívio para o que esses homens e mulheres sofreram.”

O acordo supera o pagamento anterior mais alto de uma diocese, realizado em 2007, quando Los Angeles concordou em pagar US$ 660 milhões em processos movidos por 508 pessoas. Terence McKiernan, presidente do BishopAccountability.org, um grupo que acompanha relatos de abuso clerical há décadas, afirmou que “ainda há muitos outros casos na Califórnia por vir”, referindo-se a outras dioceses que ainda não chegaram a acordos ou que se protegeram ao entrar com pedidos de falência.

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O acordo representa a quase conclusão de décadas de litígios contra a arquidiocese, com apenas alguns processos restantes. Ao longo dos anos, a arquidiocese vendeu imóveis, liquidou investimentos e contraiu empréstimos para cobrir os custos exorbitantes dos processos. O arcebispo Gomez afirmou que o novo acordo será financiado por “reservas, investimentos e empréstimos, além de outros ativos arquidiocesanos e pagamentos que serão feitos por ordens religiosas e outros mencionados no caso”.

O advogado Michael Reck, que ajudou a representar algumas das vítimas, disse que, embora nunca se possa alcançar a plena justiça em casos de abuso infantil, o acordo representa uma medida de justiça e responsabilidade que oferece aos sobreviventes um senso de encerramento. A Rede de Sobreviventes de Abusos por Padres, um grupo de apoio a vítimas, considerou o acordo um bom começo, mas destacou que ainda há muito a ser feito, pedindo que o arcebispo libere todos os arquivos de clérigos relacionados aos casos de abuso sexual.