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Atrasos e cancelamentos de voos aconteceram na Argentina na manhã desta segunda-feira (19), que marcou o início de uma mobilização dos trabalhadores do setor aéreo exigindo recomposição salarial.
As chamadas “assembleias informativas” dos sindicatos, que equivalem a uma greve parcial, começaram por volta das 9h no Aeroparque de Buenos Aires, de tráfego regional, mas seus efeitos foram sentidos também por usuários do aeroporto internacional de Ezeiza.
Segundo o jornal La Nación, cerca de 15 voos da Aerolíneas Argentinas programados para operar entre 9 e 11h30 foram cancelados e outros oito sofreram atrasos, afetando mais de 2,4 mil passageiros.
A empresa de baixo custo Flybondi também foi afetada pelas ações sindicais porque ficou sem o apoio do pessoal da Intercargo, que se se juntou à assembleia convocada pela Associação de Pessoal Aeronáutico (APA), pela Associação de Pessoal Aeronáutico (APA) e pelo Sindicato de Pessoal Sênior e Profissional de Companhias Aéreas Comerciais (UPSA).
Como a empresa não possui pessoal próprio para tarefas de assistência em terra para aviões e passageiros, teve que cancelar 12 voos até o meio-dia, prejudicando outros 2,2 mil passageiros.
Segundo o jornal, a Aerolíneas ofereceu aos passageiros a possibilidade de alterarem os seus bilhetes sem penalização.
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O plano de ação dos sindicatos inclui medidas similares de paralisação até 30 de agosto, o que provavelmente deve gerar transtornos em voos nos aeroportos de Ezeiza, Córdoba e Mendoza nos próximos dias.
De acordo com o esquema anunciado, a próxima assembleia está marcada para as 21h de quinta-feira, no terminal internacional de Ezeiza.
Na semana passada, houve momentos de tensão entre os passageiros com voos do Aeroparque e a Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) devido a uma greve surpresa do sindicato dos carregadores. Com gritos e empurrões, as pessoas pediram suas malas e tentaram entrar na pista para repreender os trabalhadores da Intercargo, gerando um confronto com as autoridades policiais.
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O porta-voz da presidência da Argentina, Manuel Adorni, disse nesta manhã que o governo poderá punir com sanções quem participar dessas medidas de força. Ele lembrou que um dos sindicatos já recebeu em fevereiro um multa de 160 milhões de pesos (cerca de R$ 915 mil), além de sanções administrativas.
Em julho, o governo argentino desregulamentou por decreto o setor de aviação comercial, adotando de vez a política conhecida como “céus abertos”, medida que deve ampliar a concorrência e que desafia o poder da Aerolíneas e dos sindicatos.