Argentina se prepara para debate presidencial entre Massa e Milei que pode ser decisivo

Debate acontece na noite desse domingo e terá como temas economia, relações internacionais, segurança, educação e direitos humanos

Roberto de Lira

Sergio Massa e Javier Milei, que disputam o segundo turno na eleição presidencial de 2023 da Argentina
Sergio Massa e Javier Milei, que disputam o segundo turno na eleição presidencial de 2023 da Argentina

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O ministro da Economia, Sergio Massa, e o candidato ultraliberal, Javier Milei, participam na noite deste domingo (12) do terceiro debate presidencial da campanha à presidência da Argentina, cujo segundo turno está marcado para 19 de novembro. Analistas políticos e econômicos acreditam que esse pode ser um momento decisivo na disputa, uma vez que as pesquisa eleitorais têm mostrado vantagem tanto de um como de outro, mas quase sempre por diferença mínima e dentro da margem de erro do estudo.

Segundo as regras definidas pela Câmara Nacional Eleitoral (CNE), equivalente ao TSE brasileiro, os temas, ou “eixos temáticos” a serem debatidos na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires serão economia, relações da Argentina com o mundo, educação e saúde, produção e Trabajo, segurança, direitos humanos e convivência democrática.

A TV estatal vai transmitir o encontro e o sinal será disponibilizado a todas as demais emissoras do país. A própria CNE prevê uma transmissão por streaming a partir das 21 horas.

Após o sorteio, ficou definido que  Milei, candidato da coligação A Liberdade Avança vai ocupar o  púlpito à esquerda da vista do público, enquanto Massa, da União pela Pátria, ficará à direita. No entanto, ambos poderão circular no espaço, para uma melhor dinâmica de suas explicações.

Numa campanha que tem mostrado alto nível de animosidade, a CNE pediu que os candidatos demonstrem respeito mútuo e tratamento cordial, que evitem opiniões pessoais, mantendo o debate no campo das ideias e propostas, que respeitem o uso da palavra do outro e não façam interrupções quando o outro candidato enquanto ele estiver falando, que evitem qualquer tipo de agressão pessoal e que mantenham a localização na área designada do palco.

A legislação eleitoral do país considera obrigatória a participação dos candidatos, embora as únicas penalidades previstas por ausência sejam sanções ligadas à propaganda audiovisual. No entanto, o debate seria mantido, com o local do ausente permanecendo vazio.

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Guerra de pesquisas

Especialistas veem a possibilidade de uma ausência como praticamente nula, dada a polarização da disputa.

Na sexta-feira, uma pesquisa do Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica (Celag) deu uma vantagem de 1,4 ponto percentual (dentro da margem de erro) para Massa contra Milei, mas com 8% dos eleitores dizendo que estão em dúvida ou que pretende anular seus votos. Por esse levantamento, Massa teria 46,7% dos votos e Milei ficaria com 45,3%. Em votos válidos, isso representaria uma vantagem de 50,8% a 49,2% para o ministro da Economia.

Dois dias antes, outra pesquisa, da CB Consultoria de Opinião Pública, deu Milei à frente, com 46,3% ante 43,1% de Massa. Isso com 5,7% respondendo estar em dúvida e 4,9% dizendo que iriam votar nulo ou em branco. Antes disso, a Analogías mostrou outro levantamento com Massa à frente: 42,4% a 39,7%. E 12,4% de indecisos.