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Emmanuel Macron não é visto desde que o presidente e sua esposa, Brigitte, foram vistos passeando pelas ruas da cidade costeira francesa de Le Touquet, usando óculos escuros e jaquetas de couro, algumas horas antes de se tornar conhecida a extensão de sua derrota nas eleições legislativas.
Essa aparição espontânea — que levou algumas pessoas nas redes sociais a comentar se ele estava tentando imitar Tom Cruise em Top Gun — foi a última vez que ele foi visto em público. Seu partido Renascimento foi derrotado pelo partido de Marine Le Pen, o Reunião Nacional, no domingo (30) à noite, em uma votação convocada por ele há três semanas.
Durante a campanha, seus assessores queriam que ele mantivesse um perfil discreto devido à profundidade de sua impopularidade. Mas o presidente, conhecido por sua eloquência, não conseguiu se conter. Ele concedeu uma entrevista em um podcast de duas horas, alertando que a França enfrentaria uma “guerra civil” casos seus rivais vencessem.
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Se o país está em suspense, isso se deve em grande parte à sua decisão — que muitos, incluindo seus aliados mais próximos, consideraram imprudente — de dissolver a Assembleia Nacional em resposta à derrota para Le Pen nas eleições do Parlamento Europeu.
Sua ausência ocorre enquanto seu círculo íntimo tenta encontrar uma saída para a aniquilação política. O presidente se isolou no Palácio do Eliseu e presidiu uma reunião do gabinete nesta segunda-feira (1) ao meio-dia.
Muitos ministros saíram dessa reunião com expressões sombrias. O primeiro-ministro Gabriel Attal, visivelmente abalado, desceu as escadas do palácio. A ministra da Agricultura, Agnes Pannier-Runacher, foi vista gesticulando ansiosamente enquanto conversava com alguém. Em certo momento, ela foi vista colocando a mão no rosto.
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Naquela reunião, Macron disse que a extrema-direita estava próxima de vencer, e que ele não teria sido eleito presidente em 2017 e 2022 sem votos da esquerda, de acordo com um participante que falou sob condição de anonimato.
Le Pen conseguir uma maioria absoluta ou relativa vai depender da capacidade de os franceses manterem a chamada frente republicana — uma tática de se unir em torno do candidato mais bem colocado para bloquear a extrema-direita no segundo turno.
Essa estratégia conseguiu deter a extrema-direita no passado, especialmente nas eleições presidenciais de 2002 contra Jean-Marie Le Pen. No entanto, ela está perdendo sua eficácia, já que alguns dos aliados de Macron se recusam a se retirar em favor de candidatos da Frente Popular Nova, que inclui o partido de extrema-esquerda França Insubmissa.
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O presidente, cujo grupo obteve apenas 20% dos votos em todo o país, ainda não forneceu orientações claras. Na noite de domingo, em uma breve declaração por escrito, Macron pediu uma “grande aliança democrática e republicana” contra a Reunião Nacional de Le Pen.
No entanto, não estava claro se esse agrupamento incluiria todos os candidatos da França Insubmissa, a quem ele acusou de antissemitismo por seu apoio a Gaza após os ataques do Hamas em outubro.
Os assessores de Macron não responderam aos pedidos de esclarecimentos. Uma pessoa familiarizada com o pensamento do governo disse que as decisões provavelmente serão tomadas caso a caso.
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Até agora, Macron deixou a palavra com seu primeiro-ministro de 35 anos, Attal, que, apenas seis meses após assumir o cargo, é mais popular do que seu chefe. Ele estava programado para aparecer na televisão às 20h, essencialmente atuando como substituto do presidente.
Quanto a Macron, o que aconteceu com o líder que famosamente assumiu uma postura combativa, imitando o filme “Touro Indomável” em uma foto em preto e branco? Seus apoiadores estarão esperando que esse lutador mostre seu rosto.
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