50 mil soldados russos morreram desde o início da guerra na Ucrânia, diz estudo 

Dois em cada cinco combatentes russos mortos não tinham relação com as Forças Armadas antes da invasão da Ucrânia

Equipe InfoMoney

Memorial dos soldados em Elektrostal, Rússia. Foto: Dmitry Makeev/ Wikimedia Commons
Memorial dos soldados em Elektrostal, Rússia. Foto: Dmitry Makeev/ Wikimedia Commons

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Em mais de dois anos de guerra entre Rússia e Ucrânia, a baixa de militares do país de Vladimir Putin já ultrapassou a faixa de 50 mil, conforme dados da BBC Rússia e do grupo de mídia Mediazone.  

A estimativa, publicada nesta quarta-feira (17), tem como base uma pesquisa feita de fevereiro de 2022 até abril de 2024, considerando dados oficiais, relatórios de imprensa, mídias sociais e até imagens de satélite de cemitérios russos para estimar o número de novas sepulturas. 

A BBC, cuja unidade russa contabiliza o número de mortes desde que as forças de Moscou invadiram a Ucrânia, afirmou que o número de vítimas acelerou no segundo ano do conflito. O número de mortos teria aumentado em 25% em relação ao primeiro ano da guerra, para 27.300 soldados russos. 

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O único número oficial divulgado pela Rússia sinalizava pouco menos de 6.000 soldados mortos, em setembro de 2022. Desde então, não houve atualização no número.  

Já o país de Volodymyr Zelensky divulgou dados oficiais no final de fevereiro, estimando em 31 mil o número de soldados ucranianos mortos.  

“Moedor de carne” 

No pior momento da crise, no início de 2023, a BBC afirma que a Rússia usou uma tática de “moedor de carne”, que acelerou a taxa de perdas de tropas.  

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Em janeiro daquele ano, os militares russos fizeram uma grande investida contra a região de Donetsk, que fez com que as perdas aumentassem durante as ofensivas, diz a investigação. Meses depois, durante a batalha para tomar a cidade de Bakhmut, houve um novo pico de baixas. 

A BBC estima que pelo menos dois em cada cinco combatentes russos mortos não tinham relação com as Forças Armadas antes da invasão, sendo retirados das fileiras de voluntários, civis e prisioneiros. Ou seja, lutavam sem conhecimento técnico ou tático. 

A análise aponta ainda que, cerca de 9.000 prisioneiros, recrutados por meio do grupo mercenário Wagner ou diretamente pelo Ministério da Defesa, foram mortos na invasão. Esses recrutas sobreviveram, em média, de dois a três meses na zona de conflito. 

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A BBC reconhece que seus dados não cobrem vítimas das forças de milícias em Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, de modo que o número real de mortos é provavelmente maior do que os 50 mil estimados. 

Em resposta à reportagem do veículo britânico, o Kremlin disse que não divulga informações sobre mortes e baixas militares, que são de competência do Ministério da Defesa e são sigilosos. 

(Com agências internacionais)