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SÃO PAULO – O WhatsApp (FBOK34) anunciou a liberação do serviço de pagamentos em sua plataforma, permitindo que usuários do aplicativo transfiram dinheiro para outras pessoas, como amigos ou familiares.
O WhatsApp Pay, como ficou conhecido o serviço, promete ter a mesma facilidade para fazer uma transferência que existe ao enviar uma foto para seus contatos.
“Facilitar o envio e o recebimento de dinheiro de maneira segura não poderia ser mais importante neste momento, já que não só diminui a exposição das pessoas à pandemia, mas também as ajuda a se manterem conectadas com entes queridos, expande o acesso a serviços financeiros e possibilita que mais pessoas participem da economia digital”, afirmou Matt Idema, diretor de operações do WhatsApp.
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O InfoMoney contatou o WhatsApp para explicar mais sobre como vai funcionar o serviço e produziu um vídeo com o passo a passo para utilizar o novo recurso (veja no player acima).
Confira 11 respostas sobre o WhatsApp Pay:
1. O que é o WhatsApp Pay?
O WhatsApp Pagamentos é uma nova maneira de transferir dinheiro, que estará disponível para todos os usuários do WhatsApp. Na prática, é mais um recurso para as pessoas fazerem transações (transferências ou pagamentos) quando necessário.
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O serviço foi aprovado pelo Banco Central em 30 de março para transações que envolvam cartões das empresas Visa e Mastercard.
No Brasil, segundo país do mundo a contar com esse serviço, são 120 milhões de usuários – ou cerca de 60% da população brasileira. O primeiro país a ter acesso foi a Índia.
2. Como ter acesso ao recurso?
O WhatsApp informou que o serviço será liberado gradualmente para todos os usuários do app ao longo deste ano.
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Segundo a empresa, as pessoas com a função já ativada poderão convidar amigos e familiares em todo o país para utilizar os pagamentos no WhatsApp também – desde que tenham cartões Visa ou Mastercard.
Os bancos parceiros também podem convidar seus clientes para se inscrever e usar os pagamentos no WhatsApp.
3. Como fazer a configuração para a primeira transferência?
Para começar a usar o recurso, o usuário precisará configurar o seu aparelho por meio do próprio WhatsApp.
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Para fazer isso, seja no sistema operacional Android ou iOS, a lógica é a seguinte: primeiro, toque no “clipe de papel” ou no item com sinal de soma (+) no espaço onde se digita. Entre as opções, como documentos, fotos e vídeos, sala, localização, também aparecerá a opção “pagamentos”. O usuário deve clicar e inserir o valor que deseja transferir nesta primeira vez que for utilizar o serviço.
Depois que o usuário colocar o valor e der continuidade na seta abaixo, será solicitada uma forma de pagamento para que a transação seja realizada. Nesse momento, uma aba do Facebook Pay vai abrir explicando os termos de uso do serviço. O usuário deve concordar com os termos para usar o serviço. Feito isso, será solicitada a criação de um PIN para o Facebook Pay. É uma espécie de assinatura eletrônica da transação, de biometria ou de leitura facial. O PIN varia de acordo com o aparelho compatível.
Criado o PIN, o usuário vai inserir dados pessoais: nome completo e CPF. Depois, vai adicionar um cartão de débito emitido por um dos bancos parceiros. Ao adicionar o cartão, haverá uma verificação e confirmação do cartão do usuário por meio de um código recebido via SMS, via e-mail ou via app do banco. Feita essa verificação e configuração, o usuário já poderá fazer transferências. Veja mais detalhes no vídeo acima.
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4. Como faço uma segunda transferência?
Após fazer a configuração inicial citada acima, para fazer uma nova transferência o usuário deve tocar no “clipe de papel” ou no item com sinal de soma (+) no espaço onde se digita. Entre as opções, como documentos, fotos e vídeos, sala, localização, também aparecerá a opção “pagamentos”.
Depois insira o valor desejado, com a possibilidade de escrever uma mensagem se quiser, e clique na seta para enviar. Se já tiver um cartão configurado, os quatro últimos dígitos do cartão vão aparecer e o usuário precisa apenas clicar em “pagar”.
Em seguida, será solicitado o PIN (salvo durante a configuração). Feito isso, o dinheiro será enviado e uma mensagem sobre a transação aparecerá na própria conversa do app. Veja mais detalhes no vídeo acima.
5. Há limites para as transferências?
Os usuários poderão enviar até R$ 1.000 por transação, com limite mensal de R$ 5.000. É possível fazer até 20 transações por dia.
Os pagamentos só poderão ser feitos dentro do Brasil, e em reais. Os bancos parceiros podem estabelecer um limite menor para transações para aumentar a segurança, por exemplo.
6. Quem pode usar?
Por ora, o serviço só está liberado para pessoas físicas usuárias do aplicativo de mensagens. A empresa já afirmou que haverá a opção de pagamentos para pessoas jurídicas, mas não especificou datas.
Não é preciso ter o contato salvo para fazer ou receber uma transferência no serviço. “Mas é importante ressaltar que, quando um usuário do WhatsApp recebe uma mensagem de um número desconhecido, ele tem a opção de denunciar, bloquear ou adicionar esse número aos seus contatos”, disse o WhatsApp em nota.
7. Tem custos?
Para o usuário pessoa física o uso do serviço de transferência não tem nenhum custo. A empresa informou que nenhuma empresa envolvida no processo cobrará algo do usuário. Tudo será gratuito.
“O WhatsApp não fornece detalhes sobre o modelo de negócio entre as instituições parceiras desse novo serviço. Mas não são cobradas taxas dos usuários”, disse a empresa.
8. Quais os métodos de pagamentos aceitos?
O serviço será habilitado para usuários do aplicativo com cartões de débito, pré-pagos ou os chamados cartões combo (que oferece a opção débito e crédito) do Banco do Brasil, Banco Inter, Bradesco, Itaú, Mercado Pago, Next, Nubank, Sicredi e Woop Sicredi, com as bandeiras Visa e Mastercard. Não é possível usar cartões de crédito para fazer as transferências.
O WhatsApp já informou que está aberto para mais parcerias de instituições financeiras e adquirentes.
9. Quanto tempo demora para a transferência acontecer?
Segundo o WhatsApp, as transferências “são rápidas” e “podem ser realizadas 24 horas por dia, 7 dias por semana”.
A empresa explicou que no futuro haverá uma integração do WhatsApp Pagamentos com o Pix. Porém, isso ainda não é realidade hoje. “A função de iniciador de pagamentos que o Facebook Pagamentos do Brasil Ltda tem no WhatsApp ainda não foi incluída no Pix. Até o momento, apenas instituições de pagamentos e instituições financeiras podem trabalhar no Pix. Os pagamentos no WhatsApp serão integrados ao Pix no futuro”, diz a empresa na nota.
10. É seguro?
O WhatsApp no Brasil foi regulado pelo Banco Central recentemente. O serviço foi aprovado em 30 de março deste ano como iniciador de pagamentos, após uma espera de nove meses para ser aprovado.
O iniciador de pagamentos é um tipo de instituição de pagamentos. Ou seja, uma empresa que viabiliza serviços de compra e venda e de movimentação de recursos sem a possibilidade de conceder empréstimos e financiamentos a seus clientes.
“As instituições de pagamento possibilitam ao cidadão realizar pagamentos independentemente de relacionamentos com bancos e outras instituições financeiras”, conforme explica o BC. O iniciador de pagamentos, também chamado de Pisp, encaixa-se nesse conceito. Porém, tem características diferentes dos outros tipos de instituição de pagamentos já existentes.
“O Pisp é uma empresa regulada pelo BC que, mediante a solicitação do cliente, poderá executar uma ordem de transação. Ou seja, pode movimentar quantias de uma conta para outra a pedido do usuário. Porém, não pode ‘encostar’ nos valores que está movimentando”, ressalta Bruno Balduccini, sócio do Pinheiro Neto Advogados e especialista em direito bancário e transações financeiras.
Assim, o WhatsApp não tem acesso ao dinheiro que está no banco, mas faz o banco executar a ordem a pedido do cliente (que deu início à transferência dentro do app).
De acordo com a empresa, o serviço de pagamentos é protegido por várias camadas de segurança, como o PIN do Facebook Pay ou a biometria em dispositivos compatíveis. “O serviço de pagamentos foi desenvolvido com um forte conjunto de princípios de segurança e privacidade”, diz a empresa.
Os princípios são:
- A criptografia entre o telefone do usuário e os servidores WhatsApp, que serve para manter as informações da sua conta de pagamento seguras;
- O armazenamento de dados contém várias camadas de proteção de hardware e software. “O acesso a esses dados nos servidores do Facebook Pay é extremamente limitado e monitorado o tempo todo”, diz a empresa;
- A proteção biométrica do dispositivo, a leitura facial ou o PIN do Facebook Pay adiciona outra camada de segurança antes de enviar dinheiro ou fazer um pagamento;
- Só é possível enviar dinheiro de sua conta do WhatsApp se o usuário fornecer as informações corretas de cartão de débito ou combo, e se for verificada a autorização do usuário.
11. O WhatsApp se responsabiliza por fraudes?
Ainda segundo a empresa, em caso de invasão de uma conta do WhatsApp, como o golpista instala essa conta em um dispositivo diferente, ele não conseguirá realizar pagamentos, pois é necessário o uso do PIN do Facebook Pay ou da biometria para confirmar a transação.
Além disso, se a conta do WhatsApp for instalada em um novo aparelho, as informações de pagamentos são automaticamente redefinidas (reset), evitando que golpistas tenham acesso à sua conta do Facebook Pay.
“É importante reforçar que os usuários não devem compartilhar seu PIN com ninguém. Para ter certeza de que os usuários estão protegidos, quando um usuário precisa redefinir sua conta após ser hackeado, a conta do Facebook Pay é apagada e esse usuário pode se inscrever novamente”, disse a empresa.
Questionado sobre eventuais golpes ou falhas de segurança, o WhatsApp explicou que os usuários poderão contatar o suporte da empresa diretamente no aplicativo (Configurações, Ajuda e Fale conosco). Também é possível contatar a Ouvidoria nos canais disponíveis neste link.
Porém, há um alerta: não existe a possibilidade de reverter uma transação. Se o usuário for vítima de engenharia social (quando um cibercriminoso consegue informações confidenciais e sensíveis de uma vítima por meio da persuasão) e efetivar uma transferência usando o WhatsApp Pay, não há como reverter a transação.
Da mesma maneira, se por algum motivo o usuário fizer uma transferência sem querer para um contato desconhecido, não há reversão da operação. Cabe a ele tentar reaver o dinheiro.
“É importante reforçar que, no caso de uma transferência realizada para a pessoa errada, a empresa não consegue reverter a transação por ser um iniciador de pagamentos. O usuário deverá entrar em contato com a pessoa que recebeu a transferência para conseguir a devolução”, diz a empresa.
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