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Um apagão cibernético global está afetando serviços e negócios mundo afora. E a situação não é diferente por aqui. Relatos de consumidores com dificuldades em acessar suas contas bancárias, problemas com telefonia e até com voos se espalham por todo o país.
O InfoMoney levantou os serviços que foram mais afetados e o que o consumidor deve fazer. Confira:
Telefonia
Relatos compilados pela plataforma Downdetector, que reúne notificações de usuários, mostram que a telefonia foi uma das principais afetadas, assim como os serviços bancários.
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Clientes das principais operadoras de telefonia do país reclamavam de instabilidade nos serviços de telecomunicações, com dificuldades de acesso à internet e para realizar ligações.
O pico das reclamações se deu entre 8h30 e 9h desta sexta-feira (19), quando a Claro, por exemplo, registrou 107 notificações de clientes com dificuldades em acessar os serviços. A Vivo, por sua vez, registrou 97 notificações. Já a Oi contabilizou 44 reclamações e a TIM, 19.
Por meio da sua assessoria de imprensa, a Oi informou que “as redes da companhia estão operando normalmente na manhã desta sexta-feira”. A reportagem aguarda os outros posicionamentos.
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Já a TIM informou que sua rede não foi afetada e segue operando normalmente.
“Houve uma falha global que afetou diversas empresas, envolvendo Microsoft e CrowdStrike.
Assim que tomou conhecimento do acontecido, ainda na madrugada, a Claro tomou as medidas indicadas pelos fornecedores e não teve impacto significativo. As redes não foram afetadas, tendo funcionado normalmente”, diz a nota oficial da Claro.
A Vivo, por sua vez, informou que seus serviços não foram impactados pela atualização do software da empresa Crowdstrike.
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Instituições financeiras
Ao menos quatro aplicativos de bancos brasileiros apresentam falhas na manhã desta sexta-feira (19). Relatos compilados pela plataforma Downdetector, que reúne notificações de usuários, dão conta de problemas no acesso dos aplicativos do Bradesco e de sua marca digital Next, do Banco Pan e do Neon. As notificações ganharam tração após às 6h (de Brasília), horário em que os relatos sobre o apagão global começaram.
Aplicativos de outras instituições seguiam funcionando normalmente nesta manhã.
O Banco do Brasil (BBAS3) informou que seus canais de atendimento tinham funcionamento normal. O Itaú (ITUB4) também confirmou que seus canais seguem funcionando.
O Bradesco (BBDC3), por sua vez, informou que suas plataformas digitais foram afetadas pelo apagão cibernético global que interrompeu diversos serviços ao redor do mundo nesta sexta-feira e por isso não estavam disponíveis para os clientes do banco. Em comunicado, o Bradesco informou também que suas equipes “estão atuando para regularização o mais breve possível”.
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De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a maioria das instituições financeiras brasileiras já normalizou seus serviços e as demais estão em avançado estado de normalização e trabalhando para garantir o funcionamento de seus serviços rapidamente. “Alguns sistemas das instituições financeiras brasileiras chegaram a ser temporariamente afetados em diferentes escalas pela atualização do antivírus Crowdstrike, mas nada que comprometesse a prestação de serviços de forma relevante.”
Voos
No mundo mais de 26 mil sofreram atrasos ou foram cancelados, mas nos aeroportos brasileiros o impacto, por ora, foi pequeno – com alguns atrasos de voos.
Por meio da sua assessoria de imprensa, a Azul informou que, devido intermitência no serviço global do sistema de gestão de reservas, alguns voos podem sofrer atrasos pontuais. “A recomendação é que os clientes, que possuem voo hoje e ainda não realizaram o check-in, cheguem ao aeroporto mais cedo e dirijam-se ao balcão de atendimento da companhia. A Azul lamenta eventuais transtornos causados aos clientes”, diz a nota oficial.
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Já a Gol afirma que os sistemas e as operações da companhia nos aeroportos não sofreram impactos até o momento.
E o Grupo Latam informou que até o momento a operação não registrou impactos diante da queda massiva de sistemas relacionados à Microsoft a nível mundial.
“O Grupo Latam recomenda aos seus passageiros que verifiquem o status dos voos como medida de precaução no site oficial“. A companhia diz ainda lamentar os inconvenientes que essa situação, alheia à sua responsabilidade, possa causar aos seus passageiros.
O que fazer
Renato Peres, sócio da 4axon e especialista em segurança digital, afirma que a recomendação para o consumidor é deixar o que não for vital para amanhã ou início da próxima semana.
“Tudo que não precise ser necessariamente solicitado ou executado hoje, deve ser postergado. Se não puder postergar, o consumidor precisará de paciência e de compreensão de que as coisas funcionarão em um ritmo diferente hoje”, diz Peres ao reforçar que até o momento não há indícios de envolvimento de ações de hackers.
“Rede de saúde privada também foi afetada, sistemas de diagnósticos, pedidos de exame estão inoperantes e essas situações tratadas de forma manual dentro de alguns hospitais, outras áreas como comércio eletrônico, telefonia, reservas online sofrem com a inoperância”, destaca Peres.
O advogado João Fábio Azevedo E Azeredo, sócio do escritório Moraes Pitombo Advogados, afirma que, no que tange aos consumidores finais, a responsabilidade pela interrupção dos serviços recai, primordialmente, sobre o contratante direto, ou seja, a empresa que mantém a relação de consumo com o usuário final (empresa de transporte aéreo, provedor de aplicação de internet etc.).
“Essa empresa é responsável por garantir a continuidade e a segurança dos serviços prestados, independentemente de falhas ocorridas em sua cadeia de fornecedores e, dessa forma, o consumidor pode exigir dela a prestação do serviço ou reparação do dano, se houver”, diz.
Essa empresa fornecedora, por sua vez, possivelmente pode buscar ressarcimento junto aos seus fornecedores, dependendo dos termos estabelecidos nos contratos firmados entre as partes.
Em contratos empresariais (B2B), as questões de responsabilidade podem ser mais complexas. “Muitas vezes, esses contratos incluem cláusulas de limitação ou exclusão de responsabilidade, que restringem ou excluem a possibilidade de uma parte ser responsabilizada por determinados tipos de eventos”, afirma.
O advogado Marcelo Roitman, sócio do escritório PLKC, concorda que todos os consumidores que sofrerem danos, devidamente comprovados, deverão ser indenizados pelas empresas. “Os consumidores devem guardar recibos de seus gastou ou mensagens com cancelamento de reuniões e compromissos”, aconselha o advogado.
Da mesma forma, comenta Roitman, as empresas poderão pleitear perdas e danos de seu fornecedor de rede, respeitada as cláusulas de limitação de responsabilidade que costumam ser inseridas nesse tipo de contrato.
O que se sabe até agora
Uma pane generalizada afetou, na madrugada desta sexta-feira (19), sistemas de diversos aeroportos, bancos e redes de telecomunicações, provocando cancelamento de voos e tirando canais de notícias do ar. A causa está relacionada a uma falha originada na provedora de segurança cibernética CrowdStrike (CRWD).
A empresa alertou os clientes nesta sexta que seu produto de monitoramento de ameaças estava causando o travamento do sistema operacional Windows, da Microsoft (MSFT34).
Aqui mais informações: Apagão cibernético: que se sabe até agora sobre a falha global de TI