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SÃO PAULO — O setor automotivo foi fortemente impactado pela pandemia de coronavírus. A falta de peças atrasou a produção das montadoras, e muitas tivera que fechar as portas temporariamente por causa da disseminação da doença entre seus funcionários.
O resultado foi o atraso na entrega de veículos e o consequente aumento de preços, seja de carros novos, usados ou seminovos. E em 2022 a situação pode até melhorar, mas ainda não voltará ao normal. Esta é a percepção de Edmar Lopes, CFO da Movida (MOVI3), que participou ontem de uma live do InfoMoney.
“O nível de visibilidade ainda é pequeno em relação à entrega de carros. Mês de julho foi bom, agosto a visibilidade é baixa e setembro é nenhuma”, disse. “A questão de carros novos [entrando na frota da companhia] que antes a gente olhava para o número fechado do ano, agora olhamos no dia, no mês, na semana passada”, completou.
A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.
Segundo o executivo, a Movida teve um trimestre bom em termos de entregas de novos carros pelas montadoras, foram ao todo 23 mil unidades no período, bem acima das entregas que a concorrência recebeu. “Talvez porque nós tenhamos sido os primeiros a comprar carros novos, em julho do ano passado, no meio do auge da pandemia em 2020. E a gente tem uma base claramente mais diversificada do que os nossos concorrentes”, afirmou.
Ao mesmo tempo, a empresa conseguiu vender 12.500 carros no período. “Isso é importante para manter a frota jovem. A medida que você recebe poucos carros no RAK, você vende menos e a frota envelhece, isso prejudica a operação”, explicou. “A gente continua acreditando no nosso cenário de crescer em torno de 20 mil a 25 mil carros no ano fechado de 2021.”
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Lopes destacou que a empresa continua comprando carros, mesmo com os atrasos no recebimento. “Estamos aproveitando esse cenário de bons resultados para comprar carro. Somos a empresa [do setor] que mais cresce. Lá no ponto mais crítico da pandemia a gente chegou a ter 103 mil carros e agora estamos em 134 mil no fim do segundo trimestre. (…) Estamos investindo na companhia, escala é um negócio importante”, disse.
“Nossa visão era de que em 2022 o cenário de preços altos de novos e seminovos voltaria ao normal, mas não é mais. Estamos olhando para 2023. O que a gente tem que fazer agora é garantir que as outras linhas de negócio, as de aluguel, cresçam o suficiente para compensar a perda com a compra de carros mais caros agora”, completou.
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O CFO da Movida falou ainda sobre a posição da companhia contrária à fusão entre Localiza e Unidas, comentou sobre a proposta de reforma tributária em análise no Congresso e como isso pode impactar os planos de remuneração ao acionista da empresa, além de detalhar a política de investimentos da empresa.
Outro ponto bastante relevante é a incorporação aprovada da CS Frotas: “isso faz a companhia crescer especialmente no setor público, com contratos de prazos mais longos, mais estáveis”, disse. Assista à live completa acima, ou clique aqui.
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