Volkswagen expande programa de carros por assinatura para todo o Brasil; veja como funciona e quanto custa

Volkswagen anuncia plano de expansão para 470 pontos de venda, após fase inicial de testes apenas em São Paulo

Giovanna Sutto

SÃO PAULO – A Volkswagen anunciou nesta terça-feira (31) que seu programa de carros por assinatura, o Sign&Drive, será expandido para todas as concessionárias do Brasil. Até então, funcionava somente em São Paulo, desde novembro de 2020.

“Durante a fase inicial [em São Paulo] esse programa provou ser mais uma ótima opção para os clientes e para a nossa rede. É um serviço de assinatura criado para atender a maneira contemporânea de se consumir carros”, destaca Roger Corassa, vice-presidente de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil.

O programa da fabricante alemã, que tem hoje 10,9% de marketshare do país, não é novo. Inclusive, é um mercado que vem sendo bastante disputado no Brasil. Hoje, Fiat, Toyota, Nissan, Renault, Movida, Localiza, Unidas, entre outros players do mercado já possuem o serviço em operação.

Ainda, segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) essa modalidade de aluguel foi a que mais cresceu durante a pandemia superando a marca de 80 mil veículos já disponibilizados no país, considerando todos as empresas que oferecem esse segmento.

O InfoMoney fez algumas reportagens recentes sobre o tema e esse novo modelo é uma fonte extra de receita para os players do setor (saiba mais aqui).

De forma resumida, o programa VW Sign&Drive permite que o cliente assine de forma digital, no website da VW, o serviço por um período de 12, 18 ou 24 meses e possa usufruir de um Taos ou de um T‑Cross, ambos nas versões Highline e Comfortline.

Hoje o programa conta com 1.000 contratos fechados em São Paulo e a partir desta semana já pode ser encontrado em todos os 470 pontos de venda da fabricante ao redor do país.

Corassa ressalta que esse segmento visa atender um público-alvo específico mapeado pela marca: homens e mulheres entre 30 e 45 anos, com ensino superior, que buscam carros que variam entre R$ 100 mil e R$ 220 mil, cujo objetivo do veículo é ser serviço para mobilidade.

“Esse cliente não está preocupado em adquirir esse carro, quer usar para sua conveniência no dia a dia”, diz o executivo. O perfil vai em linha com os dos concorrentes. É uma demanda que vem crescendo no país. A busca pela modalidade disparou nos primeiros meses de 2021.

Uma dúvida que pode surgir em relação à nova modalidade é se, comparada com a opção de financiamento, vale a pena: o InfoMoney fez uma matéria comparativa simulando alguns cenários, veja aqui. Também há um resumo em um vídeo no Instagram.

Como funciona o VW Sign&Drive

O programa da Volkswagen, detalhado nesta terça, pode ser assinado de forma totalmente digital em seis passos ou mesmo de forma presencial em alguma concessionária da marca.

Na primeira opção, basta o cliente entrar no site da Sign&Drive e 1) selecionar o modelo, 2) customizar o plano, 3) se cadastrar, 4) fazer o upload dos documentos, 5) confirmar os dados e, por último, 6)  receber o contrato por e-mail e assinar digitalmente. Após a contratação, a retirada do veículo é feita em até 45 dias corridos na loja mais próxima do consumidor.

Na opção física, o cliente contará com a ajuda do vendedor na concessionária para indicar os modelos disponíveis e registrar seu pedido na plataforma VW Sign&Drive.

Como padrão na modalidade, o consumidor vai arcar somente com: o combustível, eventuais multas e/ou sinistros ocorridos com o carro. Estão inclusos na assinatura: documentação (IPVA, licenciamento e emplacamento), seguro, manutenção preventiva e franquia de até 2.500 km para rodar por mês.

As manutenções necessárias padrões poderão ser realizadas em qualquer concessionária da rede Volkswagen.

As opções de planos são:

Período de contrato Limite de quilometragem Modelos disponíveis a partir deste terça em todo o Brasil (31) Preços (plano básico)
12, 18 ou 24 meses 1.000, 1.800 ou 2.500 km por mês T-Cross (versões Comfortline e Highline); Taos (versões Comfortline e Highline); A partir de R$ 2.439 para T‑Cross Comfortline (12 meses, 1.000 km/mês)
A partir de R$ 2.619 para T‑Cross  Highlign (12 meses, 1.000 km/mês)
A partir de R$ 3.399 para Taos Comfortline (12 meses, 1.000 km/mês)
A partir de R$ 3.749 para Taos Highline  (12 meses, 1.000 km/mês)

Vale lembrar que os planos variam de acordo com o modelo desejado, prazo da assinatura e franquia de quilometragem escolhida, conforme ressaltou Rodrigo Capuruço, diretor nacional da Volkswagen.

Ele também explicou que o SUV Nivus se encaixaria dentro da modalidade de assinatura, porém, devido à procura muito alta a fabricante optou por não o disponibilizar nesta versão, por ora.

“Temos uma fila de espera pelo Nivus de clientes que querem comprar o carro, então, não temos modelos disponíveis para levar para a versão por assinatura. Vamos atender primeiro esses clientes da fila e depois pensar em colocá-lo nesse portfólio”, disse Capuruço.

A Volkswagen, durante a fase inicial de testes do programa em São Paulo, chegou a disponibilizar algumas versões do sedã Jetta, que não estão mais disponíveis. Por enquanto, a fabricante vai oferecer esses quatro modelos citados.

Falta de peças

Desde o início deste ano, o setor automotivo vem enfrentando um problema grave de falta de peças. Em primeiro momento, o atraso de produção e entrega foi especialmente com semicondutores, mas passados vários meses, toda a produção vem sendo afetada.

Em sua última divulgação, a Anfavea, entidade que representa as montadoras, afirmou que comprometida pela falta de componentes eletrônicos nas linhas de montagem, a produção de veículos – um total de 163,6 mil unidades em junho – caiu 2% em julho.

Frente a julho de 2020, houve queda de 4,2% na produção total, na soma de todas as categorias. Foi o mês de julho mais baixo na produção de veículos em 18 anos.

Desde o início da pandemia, em meses consecutivos, a produção do mês passado só fica acima dos volumes fabricados entre abril e junho do ano passado, quando a chegada da covid-19 chegou a parar toda a indústria automotiva.

Ainda, no início deste ano cerca de dez fábricas paralisaram temporariamente a produção – inclusive a Volkswagen.

O InfoMoney explicou a dinâmica que vem atrasando a produção das peças e os efeitos dela – aumentando os preços de carros novos e seminovos e usados – em reportagens recentes (veja mais aqui). 

Especialistas já afirmam que a normalização da produção deve ser esperada apenas para 2022.

Mesmo diante desse cenário, Capuruço ressalta o compromisso da Volkswagen em entregar o carro do contrato por assinatura em até 45 dias.

“Nessa etapa inicial não tivemos nenhum atraso. Isso porque estamos ofertando o que já temos de volume programado para disponibilizar para o cliente. Estamos oferecendo o que já existe na frota”, explica. O executivo não revelou a quantidade de carros disponíveis – mas sem uma normalização da produção a comercialização desse segmento está limitada ao estoque atual da fabricante.

Corassa explicou que se o programa por assinatura tiver uma demanda maior do que a prevista nos cálculos, sendo necessário trazer mais veículos para atender os clientes, a fabricante vai rever esse prazo de entrega. “Tivemos grande impacto com os semicondutores, mas temos tudo dentro dos nossos cálculos e vamos revisitar as estimativas, se necessário”, diz.

Ele acrescentou que hoje a Volkswagen ainda não produz carros apenas para o Sign&Drive. “Não faz sentido ainda produzir carro só para esse segmento em função da demanda”, afirmou.

Giovanna Sutto

Responsável pelas estratégias de distribuição de conteúdo no site. Jornalista com 7 anos de experiência em diversas coberturas como finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira.