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SÃO PAULO – Diante de prateleiras extensas e altas, recheadas com os mais variados produtos, os consumidores se veem perdidos: como escolher aquele mais sustentável, no meio de um oceano de opções?
Pensando nisso, o presidente do Grupo SustentaX, Newton Figueiredo, selecionou cinco dicas para direcionar o olho do consumidor na busca de informações que indiquem se uma mercadoria é mais verde do que outras, auxiliando na hora da decisão da compra. Confira!
1 Produto da região onde mora
“De forma prática, primeiro o consumidor deve se colocar na posição de São Tomé: ver para crer”, provoca. Comece pela etiqueta na embalagem que vai informar a origem do produto, dando preferência para aqueles feitos em sua região.
Neste sentido, evite adquirir similares fabricados em outros países, pois, fazendo isso, você ajuda a reduzir a arrecadação de impostos municipais. Em um extremo, isso estimula o desemprego e a falta de serviços e infraestrutura pública em sua cidade.
2 Composição dos produtos
Figueiredo ainda incentiva os consumidores a conferirem os ingredientes do produto que estão comprando. “Verifique se o que está sendo dito na frente do produto realmente consta em sua composição e você poderá ter interessantes surpresas”, aponta. “Se estiver comprando pão de queijo, por exemplo, confira na sua composição se ele realmente possui queijo”.
3 Conteúdo x embalagem
Outro ponto relevante é não levar em conta se a embalagem do produto é reciclada ou não. “Isso, neste momento de análise, não é importante”, orienta. O que importa mesmo é saber se o produto é agressivo à sua saúde e à da sua família.
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“Uma prática que está se tornando comum é reduzir embalagens e aumentar o percentual reciclado, para estimular a venda desses produtos como ‘mais sustentáveis’. Cuidado!”, alerta Figueiredo. “Nessa lista existem produtos nada ecologicamente amigáveis e outros agressivos à saúde humana”.
4 Selo de sustentabilidade
Outra maneira de identificar produtos mais sustentáveis é através dos chamados Selos Verdes, como o Procel (eletroeletrônicos), o FSC e CERFLOR (madeiras e papéis), o SustentaX (produtos e serviços), IBD e EcoCert (orgânicos). “Os selos são uma forma de mostrar ao mercado que os produtos passaram por análise rigorosa para sua obtenção”, explica.
5 “Picaretagem verde”
Por fim, fique atento às estratégias usadas pelos fabricantes para fazer com que seus produtos passem por sustentáveis, sem serem. Veja abaixo uma lista de como se proteger dos enganos:
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- Selos emitidos pelos próprios fabricantes do produto não são isentos;
- Uso de termos genéricos, como “100% natural”, “100% ecológico”, “eco”, “amigo da natureza” (eco-friendly), etc;
- Informações sem comprovação imediata ou termos científicos. Por exemplo, dizer que o sabão em pó pode reduzir o consumo de água ou que um amaciante economiza energia;
- Informações redundantes, como testes e dados obrigatórios. Por exemplo, detergente “testado dermatologicamente” ou um azeite com zero de colesterol;
- Excesso de imagens da natureza, como muita árvore e animais;
- Dizer que o produto é “neutralizado” em carbono. “Desconfie da simples neutralização, que não torna o produto sustentável”, ensina Figueiredo. “A neutralização é válida após a revisão e efetiva redução dos impactos ambientais da cadeia produtiva. É o final e não o começo”.
- Produto concentrado, afinal, “só porque foi retirada a água do produto, isso não o torna ‘verde’. É importante que não faça mal à saúde”, destaca.
- Dizer que o produto não tem cheiro não significa necessariamente algo. Ou, como salienta Figueiredo: “O importante é o fabricante demonstrar que o produto apresenta baixa toxidade por critério reconhecido”.
E se não existir selo de sustentabilidade?
Na ausência de um selo que diga ao consumidor que o produto é sustentável, o presidente do Grupo SustentaX afirma que o consumidor pode procurar pelos atributos essenciais da sustentabilidade.
São eles: 1. Evite produtos com odores (o cheiro origina-se de componentes orgânicos voláteis que fazem mal à saúde); 2. Procure itens com qualidade comprovada, como uma tinta que não tem teste de aderência e na primeira lavagem sai na esponja; 3. Questione a procedência, para saber se a empresa é confiável, não usa trabalho infantil ou escravo e realiza uma produção legal, por exemplo; 4. Procure marcas nas quais você identifique ética e genuinidade na comunicação.