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A pandemia de Covid-19 tem arrefecido no Brasil, após um recorde de casos da variante Ômicron em janeiro. Mas o coronavírus continua a se espalhar pelo mundo. Populações de China, Alemanha, França e Austrália têm sofrido com uma nova alta de casos nas últimas semanas.
As infecções são causadas pela Ômicron e outras duas linhagens que foram descobertas neste ano:
- XD (variante conhecida como “Deltacron”, por ter características das variantes Delta e Ômicron): detectada pela 1ª vez na França em janeiro;
- XE (combinação de outras duas subvariantes da Ômicron, a BA.1 e a BA.2): registrada pela 1ª vez no Reino Unido no mesmo mês.
Veja abaixo o que se sabe até o momento sobre a variante XD e a subvariante XE:
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A XD e XE são mais transmissíveis?
A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma em seu último boletim semanal sobre a Covid-19, publicado em 29 de março, que não há evidências de que a variante XD seja mais transmissível nem provoque casos mais graves da doença.
“Nenhuma nova evidência indica que a variante recombinante atribuída à linhagem XD (Delta-Ômicron) esteja associada a maior transmissibilidade ou desfechos mais graves”, afirma a entidade.
Sobre a XE, a OMS afirma que estimativas apontam que a sublinhagem é aproximadamente 10% mais transmissível que outra subvariante da Ômicron, a BA.2, mas que esta informação ainda necessita de confirmação e que a XE continua sendo tratada como uma subvariante.
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“Estimativas iniciais indicam uma vantagem na taxa de crescimento da comunidade de 10% em comparação com BA.2, no entanto, essa descoberta requer confirmação adicional”, diz a organização. “A XE pertence à variante Ômicron até que diferenças significativas na transmissão e nas características da doença, incluindo gravidade, possam ser relatadas”.
Número de casos está crescendo no mundo?
Apesar de as infecções estarem crescendo em alguns países, em nível global o cenário é de queda. Foram 10,8 milhões de novos casos na semana encerrada entre 21 e 27 de março, uma redução de 14% em relação à semana anterior, segundo a OMS.
As infecções caíram em todas as regiões pesquisadas:
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- Mediterrâneo Oriental: -32%
- África: -29%
- Pacífico Ocidental: -24%
- Sudeste da Ásia: -14%
- Américas: -14%
- Europa: -4%
Número de mortes está aumentando?
As mortes estão subindo na comparação semanal (+43%), mas estão em um nível muito baixo (no mesmo patamar de outubro de 2020). Foram 45,7 mil óbitos por Covid-19 na semana de 21 a 27 de março, menos da metade do recorde de janeiro de 2021.
A alta é puxada por crescimentos expressivos nas Américas (+182%) e no Sudeste da Ásia (+116%), mas os óbitos ainda estão caindo em todas as outras regiões: -30% na África, -22% no Mediterrâneo Oriental, -17% na Europa e -5% no Pacífico Ocidental.
Segundo a OMS, as mortes cresceram no mundo “provavelmente impulsionadas por mudanças na definição de mortes por Covid-19 em alguns países da região das Américas (Chile e Estados Unidos) e por ajustes retroativos no Sudeste Asiático (relatados na Índia)”.
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Chile, EUA e Índia, por exemplo, foram os três países que mais relataram mortes no período: 11,8 mil, 5,3 mil e 4,5 mil, respectivamente. Juntos, eles foram responsáveis por mais de 47% de todos os óbitos na semana.
A XD e XE são novas variantes de preocupação?
Não.
A XD (Deltacron) é considerada uma variante sob monitoramento (VUM, na sigla em inglês).
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Segundo a OMS, são consideradas VUMs as variantes “com alterações genéticas suspeitas de afetar as características do vírus com alguma indicação de que pode representar um risco futuro”, mas, ainda sem comprovação, o que exige “monitoramento aprimorado e avaliação repetida até novas evidências”.
A XE ainda é considerada uma subvariante da Ômicron, uma combinação de outras duas sublinhagens da Ômicron: a BA.1 e a BA.2. Mas a Ômicron é considerada pela OMS, ao lado da Delta, uma variante de preocupação (VOC).
A OMS considera uma variante como VOC quando ela demonstra estar associada a uma ou mais alterações, em um grau de significância para a saúde pública global:
- Aumento da transmissibilidade ou mudança prejudicial na epidemiologia da Covid-19;
- Aumento da virulência ou alteração na apresentação clínica da doença;
- Diminuição da eficácia das medidas de saúde pública e sociais ou diagnósticos, vacinas e tratamentos disponíveis.
As variantes Alpha, Beta e Gamma (conhecida como P.1 e descoberta em Manaus) também são consideradas variantes de preocupação, mas não têm sido mais detectadas em circulação.
A Covid deve deixar de ser uma emergência em breve?
A OMS afirma que “a Covid-19 continua sendo uma emergência de saúde pública, de interesse internacional, e é muito cedo para reduzir a qualidade da vigilância”.
“A incerteza em torno das características das variantes emergentes limita nossa capacidade de prever com segurança o comportamento dessa doença, pois a taxa de evolução e o risco de variantes emergentes ainda são altos, o que pode prejudicar as medidas de prevenção e mitigação”, alerta.
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