Vai viajar com dólar nas alturas? Veja dicas de como gastar no exterior

Cartão pré-pago, cartão de crédito, contas globais ou dinheiro em espécie: especialistas explicam vantagens e desvantagens de cada opção

Maria Luiza Dourado

(Foto: Karolina Grabowska/Pexels)
(Foto: Karolina Grabowska/Pexels)

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A cotação do dólar comercial, que fechou o pregão desta segunda-feira (1º) em R$ 5,65, maior patamar em mais de dois anos e meio, assusta quem está com viagem marcada, sobretudo agora, nas férias de julho.

Para saber qual o jeito mais eficiente de gastar no exterior, entre cartão pré-pago, de crédito ou dinheiro em espécie, o InfoMoney consultou planejadores financeiros, que elencaram vantagens e desvantagens de cada opção.

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Antes de apontar um método preferido, Letícia Camargo, planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), explica que o ideal seria ir comprando a moeda aos poucos. “Se a pessoa não fez isso e está com viagem marcada, terá que considerar alguma restrição se o valor em reais estava definido, já que com essa subida do dólar, agora conseguirá comprar uma menor quantidade da moeda”, afirma.

Confira as avaliações de cada método:

Cartão pré-pago de viagem

O cartão pré-pago de viagem, também conhecido como “travel money”, é a opção é a preferida de Nayra Sombra, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro).

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Ela explica que a principal vantagem do cartão pré-pago é a fixação da taxa de câmbio no momento da carga, o que protege o consumidor de futuras flutuações cambiais, além da ampla aceitação e a possibilidade de recarga, se necessário.

“Contudo, existem desvantagens, como as taxas de recarga e de saques, além de possíveis taxas de inatividade. Portanto, é recomendável não depender exclusivamente do cartão pré-pago durante a viagem e manter uma quantia em dinheiro para evitar custos desnecessários”, afirma Sombra.

É importante lembrar que o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incide sobre compras feitas com cartão pré-pago com alíquota de 4,38% — isso significa que uma compra de R$ 100 geraria uma taxa de R$ 4,38.

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Cartão de crédito

As grandes vantagens do cartão de crédito são a conveniência e a segurança – em caso de perda ou roubo, ele pode ser rapidamente bloqueado. Além disso, muitas instituições oferecem ao cliente do cartão de crédito programas de recompensa e seguros de viagem.

A especialista também relembra a incidência de IOF em compras no exterior feitas com o cartão de crédito, com a mesma alíquota do pré-pago, de 4,38% do valor da compra.

Conta global

Contas globais ou internacionais são contas correntes que o usuário pode abrir ainda no Brasil. Geralmente, o processo é simples, podendo ser feito no celular, e gratuito, a depender da instituição escolhida.

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Uma das vantagens da conta global é saber previamente o câmbio vigente.

“Além disso, ela permite a conversão de reais para dólares com uma taxa de câmbio geralmente mais favorável do que a do cartão de crédito. Muitas contas globais oferecem taxas de câmbio altamente competitivas, possibilitando uma melhor gestão do saldo em dólares por meio do aplicativo”, afirma Nayra Sombra. A taxa de IOF para operações com conta global é de 1,1%.

Contudo, o consumidor deve se informar sobre custos de manutenção que podem ser cobrados, dependendo da conta, como tarifas para transferência e movimentação.

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É essencial planejar a abertura dessa conta com antecedência, compreendendo o funcionamento do aplicativo para evitar problemas durante a viagem”, diz a especialista.

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Dinheiro em espécie

Levar dinheiro em espécie para pequenos gastos e emergências é recomendável, mas em quantidade reduzida, devido ao risco de perda ou roubo. A dica de Sombra é distribuir pequenas quantias de dinheiro em espécie entre diferentes malas ou junto ao corpo.

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“O dinheiro em espécie, assim como a conta global, dá ao turista a vantagem de já saber o câmbio que está pagando. No cartão de crédito, por exemplo, será considerado o câmbio do dia da compra mais um spread definido pelo banco. Isso gera uma incerteza quanto ao valor que será pago em reais. Não sabemos se o dólar estará mais alto no momento da viagem. Como não há expectativa de queda da moeda num curto prazo, não deve ter vantagem em aguardar uma queda da moeda durante a viagem”, afirma Letícia Camargo.

Além disso, ao realizar a troca em casas de câmbio, o a taxa de IOF também é reduzida (1,1%), o que representa uma economia para o viajante em comparação com a taxa de 4,38% dos cartões.

Por isso, para quem já tem valores guardados e sabe quanto poderá gastar, a dica de Camargo é já garantir o câmbio e trocar uma parte do dinheiro para a notas da moeda local, como o dólar.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.