“Todos por 1.5”: como a Log quer mais que dobrar de tamanho até 2024 — e quais são os desafios para chegar lá

CEO e CFO da empresa falaram sobre reciclagem de ativos, renegociação de contratos e outros temas importantes em live do InfoMoney

Anderson Figo

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SÃO PAULO — O boom do e-commerce que vem impulsionando os resultados da empresa de galpões logísticos Log Commercial Properties (LOGG3) desde 2020 a colocou em outro patamar. “Agora, somos todos por 1.5”, brincou André Vitória, CFO do grupo, sobre a ambiciosa meta de crescimento com adição de 1,5 milhão de metros em área bruta locável (ABL) adicional até 2024.

Ele participou de uma live do InfoMoney na terça-feira (4), parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que entrevistamos CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

“Somos a companhia mais bem preparada para atender ao crescimento de todas as companhias em todo o território nacional. Vamos continuar focados em crescimento orgânico e ativos greenfield”, destacou Vitória.

O executivo afirmou ainda que parte do sucesso da empresa vem com seu plano de reciclagem de ativos. É simplesmente a venda dos galpões logísticos depois que eles atingem maturidade suficiente, explicou o CFO. Ou seja, a empresa constrói o galpão, aluga e o utiliza para atender contratos firmados com outras empresas durante anos, e depois se desfaz do ativo para gerar dinheiro para construção de novos projetos.

A Log não abre qual é a sua regra para identificar que um galpão já está maduro suficiente para a venda, mas reforça que vai continuar seguindo com a reciclagem de ativos. “Vamos continuar essa sequência de reciclagem em torno de R$ 400 milhões até acima de R$ 450 milhões por ano, não só por uma perspectiva de funding para a gente continuar nosso crescimento, mas também como estratégia da companhia”, disse Vitória.

Sergio Fischer, CEO da Log e que também participou da live, destacou que outro ponto forte do negócio é a qualidade: “fazemos galpões classe A no Brasil todo [a empresa está em 17 estados do país], mas principalmente nas praças mais competitivas e com maior demanda, como São Paulo”, disse. O presidente da companhia descartou a compra de ativos ou empresas de terceiros no crescimento futuro da Log.

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“A gente tem conseguido historicamente manter todo o nosso portfólio de ativos sendo desenvolvidos por nós. A gente vê um valor muito grande nesse ciclo exatamente pela capacidade de gerar retorno em torno de 12% ao ano ou acima disso. Não tem oportunidades tão relevantes assim para a gente considerar um M&A [fusão e aquisição]”, disse.

“Vamos entregar mais de 750 mil metros de ABL até o final do ano que vem. Quase dobrando a companhia nos próximos 18 meses. Ainda há muita oportunidade no crescimento orgânico e vamos continuar focando no que nós fazemos bem”, completou o executivo da Log.

Fischer e Vitória falaram ainda sobre o forte envolvimento da empresa em questões ESG, sobre quais são as outras formas de funding disponíveis além da reciclagem, sobre a política de pagamento de dividendos em um cenário de reforma tributária, além de terem comentado sobre os desafios que enfrentam pelo caminho.

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Um deles é o crescimento do custo de construção, que encareceu muito nos últimos 12 meses. Sobre isso, Fischer disse que, após uma forte alta, aparentemente os preços deram uma estabilizada e devem permanecer no atual patamar por algum tempo.

O aumento do custo é compensado em partes por contratos indexados ao IGP-M, embora a companhia tenha renegociado com clientes a troca do indexador para o IPCA. Assista à live completa acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.