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A inadimplência continua sendo uma preocupação das famílias brasileiras. Em fevereiro, alcançou 23,9% delas contra os 25% de janeiro. O endividamento seguiu a mesma tendência e recuou dos 73,1% para os atuais 72,7%. Os dados são da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), da FecomércioSP.
Apesar da diminuição, o índice segue em patamares elevados, um reflexo da alta dos preços e do desemprego. Segundo dados da Serasa Experian, 70,5 milhões de brasileiros estão com o nome negativado.
E quem é que não perde noites de sono vendo dívidas atrasadas se acumulando? É neste contexto que o seguro prestamista ganha destaque ao garantir proteção financeira contra imprevistos que, de alguma forma, impossibilitam que o tomador do crédito pague aquela prestação, como em caso de morte, desemprego e invalidez.
“No caso destes imprevistos, a seguradora será a responsável por quitar o saldo devedor ou seguir os termos previstos no contrato para sanar a dívida junto à instituição financeira. É um seguro que protege tanto o credor, quanto a instituição financeira”, destaca Mauro Levi D’Ancona, CEO e cofundador da 180º Seguros.
“O prestamista é um seguro pode amortizar ou custear, total ou parcialmente, os compromissos financeiros contraídos pelo segurado e, também, as de seus beneficiários em diversas situações”, explica Luis Reis, diretor executivo de parcerias da seguradora Zurich.
Podem ser garantidos por meio desse seguro os pagamentos de:
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- empréstimos;
- financiamento de bens;
- e saldo de cartões de crédito ou limite de contas-corrente.
As coberturas podem ser acionadas em situações como:
- imprevistos financeiros, como a perda de renda e desemprego;
- incapacidade temporária ou doenças graves;
- invalidez e morte.
Mercado em expansão
O seguro prestamista faz parte do ramo que, em 2022, teve um crescimento de 13,1% em prêmios, de acordo estudo consolidado pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) com base nos dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados). O seguro prestamista registrou participação de 29% no total (no segmento vida), com R$ 16,7 bilhões em prêmios, uma variação de 7,1%.
Reis afirma que o crescimento dos prêmios relacionados ao seguro prestamista observado nos anos anteriores pode estar relacionado ao cenário econômico atual de juros altos e elevação do endividamento, que levam as pessoas a buscar esse tipo de proteção.
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“Mesmo assim, ainda há muito a avançar no que diz respeito à cultura de seguros no país e à educação financeira em si, que pode nortear a busca por esses produtos”, considera Reis. “Isso porque o seguro prestamista é uma das portas de entrada de uma verdadeira rede de proteção. Especialmente após a pandemia, as pessoas têm percebido que seguros como esse funcionam como uma rede social de amparo, pois além de proteger as conquistas que cada um tem, contribuem para algo em que a sociedade brasileira precisa evoluir: o planejamento financeiro individual e familiar”, complementa o executivo.
Veja também episódio do “Tá Seguro”:
A Brasilseg, empresa sob o guarda-chuva da BB Seguros, destacou que no ano passado o seguro prestamista cresceu 26,3%. De acordo com a empresas, a boa performance do segmento foi impulsionada pelo aumento da penetração no desembolso de crédito consignado, pela expansão das vendas no estoque e pela redução dos cancelamentos de apólices.
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De olho neste mercado, a 180º Seguros começou a atuar com o prestamista em outubro do ano passado, em parceria com a Solfácil. “Estamos muito animados e vemos muitas oportunidades para este mercado. Os dados da Susep mostram que o seguro prestamista saltou de R$ 9 bilhões em prêmios emitidos em 2017 para R$ 15,7 bilhões em 2021. É um crescimento expressivo e que coloca o produto, inclusive, na frente de ramos mais conhecidos, como o seguro de vida, que também registrou altas taxas de crescimento durante a pandemia”, avalia D’Ancona.
Para D’Ancona, fatores como a pandemia, inflação em alta, desemprego, inadimplência juros altos, entre outros indicadores econômicos negativos, contribuem para o crescimento do seguro prestamista no Brasil, principalmente. “Em cenários como o que vivemos atualmente, de incertezas econômicas, poder contar com um seguro, como o prestamista, por exemplo, é ainda mais importante para quem está assumindo um compromisso financeiro. É uma proteção que ajudará a evitar situações que peguem o consumidor de surpresa e para minimizar o impacto financeiro de eventuais imprevistos”, reforça.
A Assurant, empresa que atua em serviços empresariais que apoia e protege a vida conectada das pessoas, e o Banco BBC Digital, braço financeiro da Simpar – holding que administra as marcas JSL, Movida, Vamos, Automob, CS Brasil, CS Infra e o Banco BBC Digital – vão disponibilizar o seguro prestamista para os clientes que financiam veículos através da companhia.
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O objetivo desta parceria é garantir a preservação da capacidade financeira do segurado e de seus beneficiários em caso de morte, invalidez permanente total por acidente e perda de renda.
“Nesta parceria com o Banco BBC Digital, conseguimos oferecer aos consumidores uma solução com mais agilidade e menos burocracia, permitindo que os compromissos financeiros dos clientes sejam honrados”, afirma o superintendente comercial de automóveis da Assurant no Brasil, Walter Santos Neto.
O executivo ressalta ainda que a modalidade é uma proteção não apenas para o segurado, mas para a sua família. Isso porque, de acordo com a apólice contratada, além de ajudar a evitar a perda de um bem, resguarda os familiares de possível transferência da dívida aos beneficiários.
Beneficiários
Neste seguro, o primeiro beneficiário é sempre o credor, até o limite da dívida, sendo o pagamento feito diretamente para ele. Desta forma, para a instituição que concede o crédito, o seguro prestamista é uma garantia de evitar a inadimplência, na hipótese de acontecer algum imprevisto com o segurado, conforme explica a Susep.
Havendo saldo remanescente, ou seja, caso o valor da dívida ou compromisso, no momento do sinistro, seja inferior ao valor da indenização paga pela seguradora, esta diferença deverá ser paga ao segundo beneficiário indicado pelo segurado ou ao próprio segurado, quando couber.
Como contrato o seguro prestamista?
O seguro prestamista, conforme a Susep, está atrelado à obrigação assumida pelo segurado, com o objetivo de cobrir o saldo devedor. Geralmente, a oferta do seguro ocorre no momento em que se adquire a obrigação, uma vez que o credor faz um acordo com as seguradoras para oferecer o serviço aos seus clientes. Entretanto, é importante ressaltar que o seguro prestamista não é obrigatório.
Prazo de vigência
De acordo com a Susep, a vigência deste seguro normalmente varia conforme o tempo de duração da dívida assumida. Caso a dívida seja renegociada, deve haver um endosso no seguro com o intuito de aumentar o prazo de vigência e consequentemente o recálculo de valores de prêmio e capital segurado. A apólice ou o certificado individual deverão especificar o início e o fim de vigência do seguro. O prazo de vigência do seguro prestamista não poderá superar o prazo da obrigação a que está atrelado, quando esta possui data prevista de término.
Quais são os riscos excluídos?
A Susep alerta que os riscos excluídos estão diretamente relacionados com as coberturas oferecidas e são informados em destaque nas condições contratuais do seguro. No caso da cobertura de desemprego, por exemplo, uma das exclusões é o desemprego voluntário, ou seja, caso haja o pedido de demissão, o segurado não terá direito a quitação ou amortização da dívida.