Solução pode incluir fim do crédito rotativo e redesenho das compras parceladas, diz Febraban

'75% das compras são feitas no Brasil com parcelado sem juros', salienta a federação dos bancos

Estadão Conteúdo

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A Febraban defende a necessidade de uma “diluição de riscos” entre os elos da cadeia, afirmando que hoje os riscos estão concentrados nos bancos emissores que suportam um elevado custo da inadimplência.

O comentário da Federação Brasileira de Bancos foi divulgado após Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, dizer nesta quinta-feira (10) que abriu estudo para analisar fim do rotativo do cartão de crédito no país.

“Defendemos que deve ser mantido o cartão de crédito como relevante instrumento para o consumo. Da mesma forma, deve haver o reequilíbrio da grande distorção que só o Brasil tem, com 75% das compras feitas com parcelado sem juros”, diz a federação.

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A Febraban ainda diz em nota que busca uma “solução construtiva que passe por uma transição sem rupturas, que pode incluir o fim do crédito rotativo e um redesenho das compras parceladas no cartão”.

As discussões da Febraban, junto ao Ministério da Fazenda, ao Banco Central e o varejo, estão em curso, mas a federação indica que ainda não há prazo para serem concluídas: “as discussões estão evoluindo, para que se alcance a convergência que, ao mesmo tempo, beneficie os consumidores e garanta a viabilidade do produto”.

Solução

Campos Neto destacou que o grupo de trabalho – formado por BC, governo e bancos – deve encaminhar nos próximos 90 dias uma solução com o fim do rotativo.

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“Sem rotativo, a fatura não paga iria direto para o parcelado. Deve ser anunciado nas próximas semanas”, afirmou o presidente do BC, em arguição pública no plenário do Senado. “Deveríamos ter feito antes medidas para solucionar rotativo”, admitiu.

Campos Neto destacou que o limite semelhante de juros de cheque especial atingiu o objetivo da medida. “Reconheço que o juro do cartão de crédito é um grande problema. O parcelado sem juros ajuda a atividade, mas tem aumentado muito parcelas”, avaliou.

E acrescentou: “Com exceção da China, nenhum outro país teve aumento tão grande em cartões como o Brasil. Estamos estudando soluções para número de cartões, mas reduzir cartões pode prejudicar varejo.”

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