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O mercado de seguros passa por uma adaptação significativa para atender às demandas específicas das mulheres, reconhecendo sua importância como geradoras de renda e cuidadoras familiares. Afinal, elas são a maioria da população brasileira (51,5%, segundo dados do Dieese) e responsáveis financeiras por metade dos lares no país (50,5%, conforme o IBGE), representando uma fatia expressiva de consumidoras que podem ser atendidas pelo setor.
Já existem diversos produtos que abordam as necessidades únicas do público feminino, como seguros que geram indenização à segurada que teve um diagnóstico de câncer de mama ou assistências que dão suporte psicológico e jurídico para a mulher se desvencilhar de casos de violência doméstica.
Na avaliação de Inês Magalhães, membro do Conselho de Administração da Caixa Seguridade, “hoje é fundamental considerar a perspectiva de gênero, seja para uma política pública ou para um novo produto”, observa a executiva no episódio desta quinta-feira (14) do “Tá Seguro?”, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros, já disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast.
A conscientização sobre a importância do seguro de vida entre as mulheres tem crescido, sobretudo quando se ressalta a possibilidade de utilização em vida, em situações como doenças graves ou invalidez permanente, salienta a corretora de seguros e consultora consultiva da “Sou Segura”, Fabiana Minarro.
“Quando a gente leva o seguro de vida para a vida da mulher, nós trazemos uma ferramenta de bem-estar para ela. Vou puxar pela maternidade: a gente brinca que mãe não pode morrer, não pode ficar doente, mas quando a mulher entende que o seguro de vida vai tirar aquele ‘peso’, é maravilhoso. Toda pessoa que gera renda tem que ter a consciência que ela precisa fazer um seguro de vida, porque a vida é cheia de imprevistos e o seguro de vida te dá uma ferramenta para lidar melhor com esses imprevistos”, diz Fabiana, ressaltando que este aspecto ganha ainda mais relevância considerando o contexto em que as mulheres, muitas vezes, são as principais provedoras de suas famílias.
Outra forma de proporcionar recursos que contribuam para o bem-estar e a segurança da mulher são as iniciativas de prevenção e cuidado, como a inclusão de telemedicina nos seguros voltados para ela, oferecendo suporte desde o diagnóstico precoce — incluindo uma segunda opinião médica — até o tratamento, destaca a gerente de Produtos da Seguros Unimed, Tatiane Cruz.
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Segundo Tatiane, serviços e assistências como esses proporcionam que a mulher use o benefício em vida, atendendo a todos os perfis: quem tem filhos e quem não tem também. “Estamos falando de quem tem filho, mas e quem não tem? Será que ela precisa deixar [recursos financeiros provenientes da indenização] para alguém? Mas e ela em vida? Como que ela vai usar isso?”, observa, ressaltando que o mercado de seguros está cada vez mais atento às demandas específicas das mulheres, com suas necessidades e realidades.
Outro exemplo dessa “evolução” do mercado segurador, cita Tatiane, é a cobertura de renda, que atende principalmente os profissionais autônomos. É um seguro que garante o pagamento de um valor durante um determinado período caso o profissional tenha alguma doença ou sofra um acidente e fique impossibilitado de trabalhar e gerar o próprio sustento. “Quem ia dar uma cobertura de renda para uma mulher anos atrás?”, indica a gerente da Seguros Unimed.
O processo de contratação também mudou, comentam as especialistas, passando de uma abordagem de venda de produtos padronizados para consultorias personalizadas, nas quais as empresas do mercado entendem as necessidades individuais de cada cliente e oferecem soluções sob medida.
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Outro aspecto importante dessa evolução é a acessibilidade dos seguros, com opções de investimento acessíveis, permitindo que mulheres de diferentes classes sociais possam garantir sua segurança financeira e bem-estar.
Inês, da Caixa Seguridade, destaca a importância de o setor democratizar cada vez mais o acesso ao seguro, essencial em um “país enorme e profundamente desigual” como o Brasil. “Temos que ter produtos que consigam atender a maioria da população, não só o topo da pirâmide. Esse é o grande desafio do mercado de seguros. Como é que a gente faz uma customização do seguro, das assistências, para que consigam dialogar com a médica, com a dona de casa, com a costureira?”, pergunta a executiva.
Segundo ela, a contribuição do mercado passa também por um esforço de educação financeira, ajudando a tornar as mulheres e suas famílias em comunidades empreendedoras, seja por meio de seguros, microcrédito, consórcios e até ensinando-as “a medir quanto é que custa o seu produto”.
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Segundo as especialistas, o cálculo das necessidades de seguro hoje leva em conta uma gama mais ampla de variáveis, incluindo não apenas a renda e a situação familiar, mas também o estilo de vida e as preferências individuais. Isso resulta em produtos que atendem às necessidades específicas de cada mulher, desde profissionais autônomas até donas de casa, garantindo que elas possam obter a proteção necessária sem comprometer suas finanças.