Conteúdo editorial apoiado por

Senado aprova texto-base do PL dos Seguros em votação simbólica

Proposta visa estimular investimentos privados no setor, a partir de atualização das regras já previstas no Código Civil

Estadão Conteúdo

Publicidade

O Senado aprovou, nesta terça-feira (18), em votação simbólica, o texto-base do projeto de lei que institui um marco dos seguros no país. O objetivo da proposta é estimular investimentos privados no setor a partir da atualização de regras já previstas no Código Civil. Os senadores ainda analisarão um destaque apresentado pelo PL.

A proposta faz parte da agenda microeconômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O texto, que teve origem na Câmara dos Deputados, terá de ser encaminhado à Casa Baixa do Congresso novamente por ter sido modificado pelos senadores.

O texto é relatado pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). O senador alterou um dispositivo na proposta para estabelecer que a União receberá os prêmios (valores pagos pelos clientes às seguradoras) não resgatados pelos beneficiários. Segundo ele, hoje em dia esse dinheiro acaba ficando com as seguradoras. Além disso, o texto também proíbe o rompimento unilateral entre seguradora e segurado.

Baixe uma planilha gratuita para calcular seus investimentos em renda fixa e fuja dos ativos que rendem menos

Mais transparência

A proposta, alinhada com o Ministério da Fazenda, estabelece regras mais transparentes, como o prazo de 30 dias para o pagamento das indenizações em caso de sinistro e a aplicação de um questionário obrigatório e vinculante para os segurados, no qual a seguradora deve perguntar tudo o que precisa.

O parecer regulamenta, ainda, o resseguro (quando uma outra empresa é contratada para assumir parte do risco estabelecido no contrato). O relator do projeto, Otto Alencar, estabeleceu que seguradoras internacionais contratadas para esse tipo de serviço terão de seguir as leis brasileiras, e não as de seus países de origem.

Continua depois da publicidade

O texto reúne em uma única legislação uma série de dispositivos já previstos no Código Civil e confere reforço legal na proteção dos segurados. No entendimento do governo, o texto do código está defasado e precisa ser aprimorado.

Em fevereiro, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, disse que o governo aposta no avanço da proposta para aproveitar uma oportunidade “gigante” de fazer o mercado de seguros crescer no Brasil.

A avaliação é de que o mercado de seguros no Brasil é muito pequeno diante do tamanho da economia do país, mas o secretário admite que a ampliação do setor não vai ocorrer do dia para a noite. Ele traça um paralelo com o mercado de capitais, cujo volume de ofertas públicas passou de cerca de R$ 20 bilhões em 2003 para R$ 750 bilhões em 2022, período em que houve reformas que deram mais segurança ao investidor.

Continua depois da publicidade

Para Ernesto Tzirulnik, presidente do IBDS (Instituto Brasileiro de Direito do Seguro), a aprovação do PLC 29/2017 é um grande passo para destravar o setor. “Com o mercado brasileiro aberto, apoiado e exposto ao resseguro internacional, novamente olhamos para o presente e para o futuro requalificando os seguros para servirem à sociedade, disse. “No deserto dos seguros éramos a única grande economia sem leis desse tipo, agora temos uma das melhores.”