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Seguro contra queimadas: veja as coberturas para casas, lavouras e carros destruídos

Seguros preveem cobertura em caso de incêndios, mas é preciso ficar atento às cláusulas contratuais

Gilmara Santos

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As queimadas têm deixado um rastro de destruição em diversas cidades brasileiras. Para se ter uma ideia, foram registrados 1.886 focos de calor na última sexta-feira (23) em cidades do interior de São Paulo, que não costumam sofrer com queimadas em excesso. De acordo com o governo estadual, duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram de deixar suas casas desde que os primeiros focos de incêndio foram detectados. As perdas materiais ainda não começaram a ser contabilizadas, mas para quem tem seguro, os prejuízos podem ser minimizados.

“Buscar proteção contra riscos de queimadas em zonas rurais é algo que deve ser avaliado pelas pessoas e empresas que possuem propriedades próximos a essas regiões e essa proteção envolve algumas estratégias, tanto na prevenção quanto na proteção durante um incêndio”, comenta Julio Tenreiro, diretor da Korsa Riscos e Seguros.

Casas

Magda Truvilhano, vice-presidente da comissão de riscos patrimoniais massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), explica que os seguros de imóveis residenciais preveem a cobertura em caso de incêndio. “As seguradoras garantem incêndios de qualquer causa, independentemente do fogo ter iniciado dentro ou externamente ao imóvel, como estamos observando. Mas é importante que verificar as condições da seguradora, já que algumas situações específicas podem estar excluídas”, alerta Magda.

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Alexandre Papandrea, CEO da Segna Corretora de Seguros, uma empresa membro do Grupo A12+, reforça a importância de observar as condições e exclusões específicas da apólice. “Muitas apólices de seguro residencial incluem cobertura para danos causados por incêndio na cobertura básica, o que pode englobar queimadas. No entanto, é importante verificar se a apólice cobre especificamente incêndios causados por queimadas”, alerta Papandrea.

Além disso, diz ele, algumas apólices podem ter exclusões ou limitações. “Por exemplo, se a queimadura for causada por uma atividade de queimadas não controlada ou por um incêndio de grandes proporções, a cobertura pode ser limitada”, explica ao comentar que, em áreas propensas a queimadas, pode haver requisitos adicionais ou condições especiais na apólice para garantir cobertura. “É importante revisar as condições gerais da apólice para entender as exigências e restrições.”

Emerson Nagata, superintendente executivo de negócios e soluções em danos da Brasilseg, empresa da BB Seguros, comenta que o seguro residencial da companhia cobre danos causados por incêndios, incluindo aqueles originados por queimadas. “A cobertura para incêndio, queda de raio, explosão e fumaça faz parte da cobertura básica e obrigatória em nosso seguro residencial e não há custo adicional”, comenta Nagata.

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Ele ressalta que, com a atual onda de incêndios no interior de São Paulo, que tem colocado cidades em estado de alerta, a cobertura para incêndio, esse tipo de cobertura “oferece a proteção necessária para este tipo de evento”.

Custo

Papandrea comenta que o custo de um seguro residencial pode variar significativamente com base em vários fatores. “Se você vive em uma área com alto risco de queimadas, o custo da apólice tende a ser maior devido ao aumento do risco”, afirma. O valor da sua casa e do conteúdo também influencia o custo, pois uma maior cobertura pode ser necessária para propriedades de maior valor.

Como acionar o seguro residencial
Acionar o seguro residencial em caso de danos causados por incêndio envolve algumas ações importantes para garantir que você receba a assistência e o reembolso adequados.

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Veja:

“Seguindo esses passos resumidos, você pode facilitar o processo de acionamento do seguro e aumentar suas chances de um processo de sinistro mais rápido e eficiente. Se tiver dúvidas ou problemas durante o processo, não hesite em buscar assistência de um corretor de seguros”, aconselha.

Auto

Outra preocupação dos moradores das regiões atingidas pelo fogo é se o seguro do carro vai cobrir os danos causados aos veículos pelas queimadas. Richard Furck, CEO da H&H Corretora de Seguros, explica que, no caso de proximidade de queimadas, o veículo estaria coberto para o incêndio desde que não haja agravamento de risco do segurado. “Se o proprietário do veículo estacionou em um lugar seguro ou se passava por via pública e foi atingido pelo fogo, não há que se questionar. No entanto, se o carro ficou estacionado no meio de uma área de mata virgem, longe das vias públicas, a seguradora pode entender que houve um agravamento de riscos”, alerta.

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Furck comenta ainda que, além dos riscos do fogo das queimadas, o seguro também pode ajudar em casos muito comuns de acidentes ocasionados em estradas por conta da falta de visibilidade decorrente da fumaça oriunda das queimadas. “Recentemente houve diversos engavetamentos ocasionados por baixa visibilidade”, lembra.

Rural

No caso das plantações, existem seguros específicos que garantem perdas de lavouras por incêndios e muitos outros riscos possíveis, tais como: granizo, geada, chuvas em excesso, vendaval, seca prolongada, inundação, entre outros. “Desde que contratada a cobertura e que o sinistro não tenha sido causado por dolo do segurado ou seus prepostos, as plantações estarão cobertas pelo seguro”, diz Alexandre Cid, diretor comercial do Grupo A12+.

“Os seguros agrícolas são extremamente relevantes para o produtor rural. Eles não apenas garantem a continuidade da produção em casos de adversidades, mas também beneficiam os fornecedores, que têm a segurança de receber os pagamentos pelos insumos fornecidos para o plantio. Assim, os seguros agrícolas promovem uma relação mais estável e segura entre todos os envolvidos na cadeia produtiva”, destaca Cid.

Importante lembrar que o governo de São Paulo oferece R$ 100 milhões para produtores rurais afetados pelos incêndios de subvenção ao seguro rural.

O limite, por produtor, é de R$25 mil e qualquer agricultor prejudicado pode acessar o crédito. A subvenção busca diminuir os impactos das perdas de produção, além de disponibilizar recursos para custeios emergenciais.

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Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC