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Seguro para ingresso e artista cancelado? Conheça as proteções para quem vai a shows

Especialistas explicam coberturas que vão da estrutura do evento ao ingresso e como beneficiam o consumidor

Jamille Niero

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Os grandes eventos musicais e festivais estão em constante crescimento no Brasil, atraindo multidões de fãs e movimentando milhões de reais. Só neste ano, o país recebeu estrelas como Madonna, que reuniu em maio cerca de 1,6 milhão de pessoas nas areias de Copacabana (segundo a Riotur), a Bruno Mars, que fez oito apresentações por aqui em outubro e movimentou mais de R$ 100 milhões somente com os shows em São Paulo (de acordo com a SPTur). Isso sem falar dos festivais, como a edição de 40 anos do Rock in Rio, e o que já está previsto para 2025, como os festivais Lollapalooza e The Town e a cantora colombiana Shakira.

Nesse cenário, o seguro para o setor de entretenimento mostra-se uma ferramenta importante para produtores, artistas e até para os próprios consumidores de ingressos protegerem o bolso.

Uma das coberturas mais relevantes é a chamada “no show”, que cobre a ausência de um artista em um show ou festival em determinadas situações, explica Jorge Ribeiro, gerente comercial de riscos corporativos da corretora MDS Brasil, no episódio desta quinta-feira (10) do Tá Seguro, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros. O programa já está disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast.

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“Temos como proteger tanto a produção quanto o público desse tipo de situação e quem contrata é de fato a organização do evento. Com base no orçamento disponibilizado para proteger o evento como um todo, ela geralmente seleciona para quais artistas quer fazer a cobertura de cancelamento ou adiamento do show”, diz Ribeiro.

Jaime Neto, diretor de produtos da seguradora MetLife, comenta sobre outra cobertura disponível para a ausência em shows: o ‘ingresso protegido’. Este é um seguro que cobre o não comparecimento do dono do ingresso por motivos como problemas de saúde ou falhas no transporte. Segundo ele, a seguradora adaptou para as condições brasileiras esse tipo de proteção que já comercializava em outros países.

“Como usuários, sabemos que o mercado de shows no Brasil vem se tornando mais sofisticado, com artistas internacionais e festivais cada vez maiores, o que reflete no custo do ingresso. O seguro reembolsa o ‘investimento’ feito para assistir ao show”, diz Neto.

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O executivo da MetLife conta ainda que em breve novas coberturas devem ser lançadas para o público brasileiro, como proteção para o celular durante o evento. “É algo que está no forno, quase saindo, vamos oferecer com um parceiro uma opção para esse tipo de risco para os clientes. Ou seja, para quem não tiver o seguro do celular e quiser ser protegido ali no show”, antecipa Neto ao InfoMoney durante a conversa.

Aliás, vale dizer que o roubo ou furto dos aparelhos do público geralmente não está coberto pelo seguro contratado pela organização do evento, ressalta Ribeiro, da MDS. Na avaliação dele, a segurança dos presentes, como um todo, é sempre um ponto de preocupação dos produtores.

E a segurança não se restringe a roubos e furtos, mas inclui até o cuidado com eventos climáticos extremos, que podem impactar seriamente a saúde da plateia. Como esquecer do calor recorde que ocorreu durante os shows da cantora Taylor Swift no país no ano passado, levando à morte a jovem Ana Benevides, fã da cantora que passou mal durante um dos shows realizados no Rio de Janeiro. O episódio resultou em mudanças nas regras para a oferta de água, por exemplo.

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Segundo Ribeiro, já existem e são contratadas coberturas que protegem os organizadores dos “riscos climáticos” – como tempestades que impeçam a realização do evento. O que mudou foi justamente o olhar para as ondas de calor, que passaram a ser consideradas como fator decisivo para o cancelamento ou adiamento de um show e, portanto, passaram a ser consideradas também no seguro. O gerente comercial da MDS conta que grandes festivais já incorporam tecnologias de monitoramento climático, além de reforçarem medidas preventivas por meio do gerenciamento de riscos.

Jamille Niero

Jornalista especializada no mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e saúde suplementar, com passagem por mídia segmentada e comunicação corporativa